José Auricchio Júnior (PSDB) foi empossado como prefeito de São Caetano, nesta noite de quinta (23), durante sessão solene, na Câmara Municipal, junto a seu vice, Carlos Humberto Seraphim (PL). Com isso, entrou para a história da cidade, ao se tornar o único prefeito a chegar ao quarto mandato.

A cerimônia contou com a presença de grandes caciques políticos como os presidentes nacionais, do PL, Waldemar da Costa Neto; e do PSD, Gilberto Kassab; vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB); do secretário de Desenvolvimento Regional do Estado e presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, do deputado federal Cezinha Madureira (PSD) e do deputado estadual Thiago Auricchio (PL).

Os prefeitos do ABC também marcaram presença, como o Santo André, Paulo Serra (PSDB); de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL); de Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira (PSDB); de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), além de vereadores e aliados políticos.

Garcia, ao representar o governador João Doria, afirmou: “Quando um prefeito toma posse costumamos dar conselhos, mas Auricchio, ao iniciar o seu quarto mandato como prefeito de São Caetano, com a sua experiência acumulada, com o seu espírito público e principalmente com o seu entusiasmo e com o amor que tem por São Caetano fará, sem dúvida nenhuma o melhor mandato da sua vida. E isso que eu e o governador João Doria lhe desejamos”.

Thiago, emocionado, não escondeu a felicidade em ter o pai de volta como prefeito. “Como filho tenho uma enorme gratidão e admiração por você”, disse.

Em seu discurso de posse, Auricchio afirmou que trata-se de ‘uma emoção inesquecível’ iniciar o quarto mandato à frente do Palácio da Cerâmica. “Em mais de 25 anos de vida pública, este momento é um dos maiores presentes, que a sociedade, de forma democrática, nos concedeu, ainda que tardiamente. Enalteço a importância do Estado Democrático de Direito”, avaliou.

O prefeito classificou este período de um ano, que passou sem definição jurídica de sua situação político eleitoral, como um momento “árduo”, mas que foi possível superar com a ajuda dos seus “dois grandes amores”, sua família e o amor por São Caetano.  “Já era uma responsabilidade, agora, no quarto mandato será muito maior. Estou muito sentido e mexido”, revelou com emoção.

Auricchio garantiu que o tempo reduzido de governo, três anos, não irá afetar a sua gestão. “Iniciaremos um novo tempo de esperança. Vamos cumprir o nosso Plano de Governo, com enfrentamento pós-pandemia, garantindo a ampliação do atendimento na Saúde, o reforço do aprendizado na Educação, e na construção de uma São Caetano para todos nós. O que temos que fazer agora, é deixar plantado para o futuro, o processo eleitoral ficou para trás”, enfatizou.

Para 2022, Auricchio anunciou que a população pode esperar trabalho. “Como em nossos três mandatos, a população pode esperar trabalho e cumprimento do nosso Plano de Governo, que é o que vamos fazer. Diante disso, vamos anunciar medidas a curto prazo, nesta segunda (27)”, destacou.

DESTAQUE

Em seu discurso, Auricchio também prestou considerável agradecimento ao deputado Cezinha, até o momento, sem tanta proximidade política com São Caetano, mas que, a partir de agora, deverá estreitar os laços com o município. Com isso, ficou sugerido que, o até então aliado do clã Auricchio, o deputado federal Alex Manente (Cidadania), que não compareceu à cerimônia, já não está mais tão alinhado com o grupo político do prefeito.

“O Cezinha é presidente da maior bancada do Congresso, com 114 deputados federais e 14 senadores. Ele tem espírito cristão, sua marca é a generosidade. Amigo na dificuldade é amigo para a vida. Não sei se vou conseguir retribuir a sua generosidade, lembrarei por todos os dias da minha vida”, disse o prefeito. Paulo Serra também elogiou Cezinha, se referindo a ele como “o homem que abriu a porta do governo Bolsonaro aos prefeitos”.

Cezinha, em seu discurso, enalteceu o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que se referiu como responsável pela compra das 303 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, com o investimento de R$ 9 bilhões. “Se dependêssemos só do ditador Doria, estávamos lascados, o Rodrigo Garcia foi mais coerente em ajudar o Estado de São Paulo”, revelou.

Apesar de ter transparecido sintonia com o governo Bolsonaro, Auricchio disse à Folha: “Não tenho alinhamento. Depois que ganhamos a eleição e se senta para administrar, tudo isso tem que ficar do lado de fora do gabinete do prefeito. Temos que pensar na cidade, para isso temos que ter ligação com governo federal, estadual, aonde abrir portas para nós, vamos estar presente. Não se trata de discutir ou debater o tema da eleição do ano que vem no âmbito da administração municipal. Isso não é da minha prática e nem vai ser desta vez”, ponderou.

A filosofia de trabalhar com todas as vertentes políticas também marcou as palavras do discurso do vice, Seraphim. “Vamos andar, cada vez mais, para engrandecer o nosso ABC. Temos uma filosofia de parceria de trabalhar com todo mundo e isso é muito importante. Nós somos um grupo e temos que ver o que é comum da nossa região e trabalhar pelo desenvolvimento dela, para que a nossa população tenha um índice melhor de atendimento em todas as áreas”, ressaltou.

TROCA DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Na cerimônia, o prefeito em exercício Tite Campanella (Cidadania) assumiu como presidente da Câmara Municipal, no lugar de Pio Mielo (PSDB). Tite se despediu do comando da prefeitura, enaltecendo Auricchio. “Só depois desta minha passagem pelo Executivo que vi a carga pessoal e profissional que é ser prefeito de São Caetano. Não é fácil, mas tenho certeza que você chegando agora, com o espírito renovado, descansado, após um ano sabático forçado. Foi uma epopeia que você passou neste ano. Você superou tudo isso, passou por cima e, hoje, você recebe com pouco de atraso a justiça que lhe é devida”, afirmou.