No ar há 8 meses meses, o marketplace Feira do Ceasa, especializado no comércio de produtos de hortifrúti, fechou o último quadrimestre com aumento de 500% em seu faturamento e incremento de 30% no número de sellers, incluindo aqueles fora das fronteiras do Ceasa SP. A previsão é dobrar o faturamento nos próximos quatro meses e agregar em 50% o número de sellers. A empresa atribui o resultado, entre outros fatores, a economia de baixo contato incorporada às rotinas do atacado e do varejo com o advento da pandemia do Covid-19. O executivo Cristian Rosa destaca ainda a adesão do varejo à feira on-line, que já representa 60% do faturamento total da plataforma.
"O mês de abril foi extremamente crítico com o fechamento do segmento food, mas o brasileiro é muito trabalhador e logo encontrou no delivery uma saída para sobreviver. Com a necessidade de quarentena o nosso delivery de hortifruti acabou servindo para que a cadeia continuasse operando e se tornou um canal de vendas essencial para os entrepostos do Ceasa, que viveram semanas de baixa visitação", explica o executivo. "O ticket médio foi reduzido, mas aumentamos a quantidade de pedidos. Além disso conquistamos novos fornecedores, inclusive fora do Ceasa, que enxergaram em nosso marketplace um diferencial", acrescenta.
Para o comerciante Ilton Oliveira Santos, o marketplace foi essencial para a sobrevivência do negócio nos últimos quatro meses. "Foram dias muito tristes aqui dentro do Ceasa, com quase nenhuma circulação. A plataforma nos mostrou um modelo de negócios incrível e que cresce a cada dia. Além de fazer rodar nossos produtos ainda temos registrado boa saída de itens mais nobre, especialmente para o varejo. Foi uma verdadeira inovação para o Ceasa", afirma Santos.
De acordo com ele, já há um movimento maior de compra na loja física, mas não está nos planos do armazém abandonar o on-line. "Não imaginávamos o potencial da internet para o negócio agrícola e menos ainda a viabilidade disso. Fomos surpreendidos positivamente e projetamos um crescimento ainda maior das vendas mesmo no pós pandemia, até porque o comerciante se acostumou a comprar on-line e agora enxerga esse canal como um facilitador para sua operação", comenta.
A plataforma, desenvolvida e administrada pela CV Market Place, conta com mais de 5 mil produtos cadastrados, dos quais cerca de 400 já estão disponíveis para a comercialização com o selo de qualidade do maior centro de distribuição hortifruti da América Latina. O sistema pode receber, a qualquer momento, novos fornecedores para completar o mix e tem potencial para atender a toda a cadeia que opera no Ceasa, composta por cerca de 2, 8 mil permissionários.

Operação Varejo - Idealizada com o objetivo de simplificar a compra e venda de FLV (frutas, legumes e verduras) entre os permissionários do Ceasa São Paulo e compradores da rede atacadista (mercados, supermercados e hortifrutis) e de todo o segmento food service (que compreende padarias, bares e restaurantes), a plataforma encontrou no varejo um modelo de negócios rentável, em meio à crise e hoje opera em duas linhas.
"No início da quarentena o consumidor não tinha muita opção senão comprar pelos canais digitais e receber em casa. Por isso montamos a operação voltada para o varejo, com a oferta dos produtos fracionados, em porções menores. O sucesso foi enorme e o cliente passou a contar com um hortifruti premium e fresco, diretamente do Ceasa. Não trabalhamos com estoque; o nosso CD recebe diariamente os produtos sob demanda", comenta Rosa.
De acordo com ele, a plataforma está trabalhando para aumentar o mix direcionado ao varejo. "Essa é uma demanda mapeada entre nossos clientes, que pedem por uma cesta mais completa. Adicionamos alguns produtos e estamos avaliando a performance, mas entendemos que é um caminho saudável para nossa operação", finaliza o executivo.