O prefeito em exercício de São Caetano, Tite Campanella (Cidadania), chegou aos 100 dias de governo. Apesar do agravamento da pandemia, neste início de ano, o município não ficou parado.

Como grande destaque, além das obras de revitalização e construção de novas unidades escolares, intervenções nas redes de esgoto na Av.Presid.Kennedy, entrega da revitalização do Espaço Verde Chico Mendes, está a recuperação de todos os postos de trabalho fechados em 2020. Segundo dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), São Caetano, em janeiro, somou 110.361 empregos formais, número superior ao da população economicamente ativa. Foi o único município do ABC a obter o feito. Além disso, neste primeiro bimestre foram abertas 592 novas empresas (42% MEIs).

“A pandemia afetou bastante o nosso trabalho, poderíamos estar discutindo a implementação de outras ações, na Saúde, na Educação, na Segurança Pública, mas estamos tendo que discutir, basicamente, 99% das ações, para o combate à pandemia e para tornar todo esse processo melhor e mais fácil para os moradores da cidade”, diz o prefeito.

Tite revela que o mérito das realizações destes 100 dias de governo é da própria administração de José Auricchio Júnior (PSDB), que teve uma continuidade. “É a mesma equipe dos últimos quatro anos e que foi vencedora nas eleições do ano passado. A única coisa que implementamos, com um pouco mais de afinco, foi um ajuste fiscal mais rigoroso para poder enfrentar esses tempos, em que não sabemos como será o comportamento da arrecadação. Projetamos para o restante do ano uma economia aproximadamente de R$ 90 milhões, com contingenciamento e revisão de contratos”, explica. Segundo o prefeito, o carro-chefe de qualquer administração pública, atualmente, é o combate à pandemia.

Filho do ex-prefeito Anacleto Campanella, Tite afirma que está há pouco tempo à frente do Executivo para comparações com o jeito de administrar de seu pai. “Meu pai foi prefeito por dois mandatos, estou há pouco tempo, é muito difícil fazermos essa comparação, mas, o que nos une, em algum ponto, é a seriedade no trato com a coisa pública, a forma de zelar pelo dinheiro público, pelo patrimônio público, da melhor maneira possível”, disse.

Questionado se pretende deixar sua marca de governo na história de São Caetano, é enfático: “Não tenho essa vaidade. Esse estilo personalista. Mas, se puder deixar alguma marca, será a de servir a população de São Caetano. Minha marca pessoal é a lealdade com a equipe que está comigo e com o prefeito que detém a cadeira, efetivamente, que é o Auricchio. Temos que servir à população de São Caetano, estamos aqui para isso”. Palmeirense, Tite parafraseou o técnico do time, Abel Ferreira: “Sou um pai pior, um marido pior, um amigo pior, mas acho que eu sou um prefeito melhor”.

Auricchio

Em relação ao imbróglio judicial, envolvendo o prefeito, vitorioso nas urnas, José Auricchio Júnior (PSDB), que aguarda decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para saber qual será o seu destino político, Tite revela que a expectativa inicial para definição era de três meses. “Infelizmente, pelos prazos da Justiça, isso ainda não aconteceu, então, continuamos otimistas de que a decisão será favorável a ele, que logo volte para a cadeira que legitimamente conquistou nas últimas eleições”, afirma. Segundo Tite, o diálogo com Auricchio continua. “Nossa preocupação tem sido o combate à pandemia, a preservação das vidas e o acolhimento das pessoas. Temos um profundo entendimento, conversamos de uma maneira muito franca. Não quero ir para um cargo que é dele, ele também não quer se meter nas decisões que tomo Então, temos um relacionamento muito profissional, objetivando que a cidade seja assistida, nesse período de indefinição jurídica”.

Campanella não acredita que haverá novas eleições. “Não teremos novas eleições, mas se porventura houver, estamos muito longe deste processo eleitoral. Tenho pena, de verdade, tenho dó de gente que não tem o que fazer e o único objetivo na vida é fazer campanha eleitoral. A cidade tem que parar de dar bola para esse tipo de coisa, para esse tipo de campanha eleitoral permanente. Não podemos viver dessa forma”, avalia.

Guerra política

Em relação à politização da pandemia, Tite avalia que a situação do Brasil é preocupante. “O país deveria ter se unido na luta contra a pandemia e o que aconteceu? Os atores políticos viram oportunidade para iniciar uma campanha eleitoral antecipada. Lamento profundamente porque isso criou na população uma desconfiança muito grande dos interesses destes envolvidos e, quando você tem uma suspeita de que aquele que é responsável pela sua saúde, pelo seu dia a dia, está com segundas intenções, você não confia mais e quando você não confia, não acredita naquelas medidas que estão sendo tomadas. É muito triste a situação muito triste que chegamos. Nenhum país do mundo teve uma disputa política tão nojenta como nós tivemos no Brasil. É preciso juízo e responsabilidade nessa hora tão difícil”, analisa.

O prefeito ainda diz que o país deveria estar unido na luta contra a pandemia. “As pessoas não têm que culpar ninguém, nenhum político, elas são responsáveis pelos seus destinos. Não podem depender de político nenhum para ter uma vida melhor. Têm que saber quais são as responsabilidades e cumprir da melhor maneira possível. Todos sabem quais são os riscos da doença, os riscos de contaminação, as formas que temos de evitar”, afirma.