A Atout France, Desenvolvimento Turístico da França, promoveu, entre os dias 19 e 22, a segunda edição do France Excellence, o mais importante evento sobre o luxo francês no Brasil, no Rosewood, em São Paulo.

Na segunda (19), Caroline Putnoki, diretora da Atout France para a América do Sul, recebeu diversas personalidades para debater sobre o tema deste ano: “Le goût de la création”, ou o “Gosto da Criação”. “O France Excellence traz a nova era do luxo francês, na qual a sustentabilidade tem um lugar decisivo. O gosto num termo rico de significado, que naturalmente se refere ao mundo da gastronomia, mas significa vontade, desejo, e portanto transmissão de valores. Tentaremos entender como as empresas de luxo francesas continuam a criar a transmitir às gerações futuras, essa vontade, esse know-how, esse savoir-faire, essas tradições, isso enquanto enfrentam os desafios de hoje, da globalização até a sustentabilidade”, disse.

O evento contou com a abertura do Cônsul Geral da França em São Paulo, Yves Teyssier D’Orfeuil, que, em seu discurso, mencionou que o verdadeiro objetivo para a França é ser o primeiro destino de turismo sustentável até 2030. “O France Excellence não nasceu por acaso no Brasil, estamos, sem dúvida, em uma das regiões do mundo, onde a influência da França é a mais forte nos campos da cultura, da gastronomia, do luxo e da arte de viver. É também importante notar que o sucesso da excelência francesa no Brasil se deve também ao importante intercâmbio que os artistas, os artesãos e os industriais franceses tiveram com seus parceiros locais”, afirmou.

O France Excellence foi iniciado com a conferência “O paladar francês e a cultura da refeição gastronômica”, com Loïc Bienassis, historiador do Instituto Europeu de História e Cultura da Alimentação, que proferiu palestra, ao vivo, de Tours, cidade da região central da França.

Bienassis falou sobre como o jeito, o ritual de comer francês se tornou Patrimônio Imaterial Mundial da Unesco, por meio da valorização do terroir, da arte culinária, da comida, do vinho e das artes da mesa. “Os rituais como pesquisa por bons produtos, referência aos corpos de receitas codificadas, savoir-faire culinário, estetização da mesa, sucessão de serviços,dos alimentos  com os vinhos, fazem a identidade da gastronomia francesa”, explicou.

Após, foi realizada três mesas-redondas, sendo a primeira delas, com o tema “Le goût de la création ou la création de goût?”, com os chefs Laurent Suaudeau, fundador da Escola de Artes Culinárias L. Suaudeau; Jérôme Lacressonnière, diretor do Ducasse Conseil e com o crítico gastronômico do jornal Échos, Laurent  Guez, que falou ao vivo de Paris. Suaudeau, ao falar sobre sua experiência no Brasil,  abordou a valorização dos produtos de cada território, das feiras locais, com ingredientes frescos e sobre a técnica e inteligência para compreender, ouvir, assimilar, para conhecer o que é bom. Já Guez contou como os chefs da alta gastronomia se inspiram e influenciam com viagens que realizam e sobre o engajamento com produtos e produtores, com metas como zero desperdício.

Também houve mesa-redonda sobre a “Criação e sustentabilidade do luxo”, com participação do proprietário do hotel The Brando, Richard Bailey, ao vivo do Tahiti; do diretor de projetos e sustentabilidade do hotel Le Meurice, Fabien Coubard e da vice-presidente de desenvolvimento ambiental do grupo LVMH-Moët Henessy Louis Vuitton, Hélène Valade, ambos, ao vivo em Paris. “Nas 75 maison que compõe o grupo LVMH, de vários setores diferentes, perfume, moda, joalheria, cosméticos, agora, e há alguns anos, o princípio do desenvolvimento durável, tem integrado o valor do luxo”, afirmou Hélène.

A terceira mesa-redonda trouxe o tema: “Os novos desafios do luxo francês” e contou com a participação da CEO do Comité Colbert, associação que reúne todas as marcas de luxo da França, Bénédicte Épinay.

Bénédicte mencionou que os brasileiros estiveram em grande número no verão francês,que acabou de encerrar a temporada e que o Brasil já faz parte dos países que mais enviam turistas à França, principalmente, a Paris. “Os brasileiros são uma clientela que nos é preciosa porque são ligados às nossas marcas há um longo tempo e isso é transmitido pelas famílias brasileiras. A clientela brasileira é fiel e voltou, assim que foi possível”, disse em referência a reabertura do pós-pandemia.  A CEO também enfatizou a preocupação das grandes maisons em buscarem alternativas, até mesmo nas embalagens dos produtos de luxo, para reduzir a emissão de carbono, e na área da cosmética, na preocupação por produtos com embalagens que sejam possíveis de fazer a recarga do conteúdo.

“A França ocupa o primeiro lugar das maiores marcas de luxo do mundo. Efetivamente as maisons também contribuem para o incremento da balança comercial devido ao grande número de exportações para todo o mundo. O luxo francês traz cerca de 60 bilhões de euros para a balança do comércio exterior”, revelou Bénédicte.

Nos demais dias do France Excellence foi realizado rodadas de negócios, com a Air France, o escritório de turismo de Aix-en-Provence, Grand Reims, Peisey Vallandry, Marseille e Nice Côte d’Azur; a região Auvergne-Rhône Alpes, o Palácio de Versalhes, Bateaux Parisiens; diversos hotéis; e as lojas de departamento Galeries Lafayette, La Samaritaine e Printemps, e os DMCs KTS France, Voyages Service Plus, Kalei d’Ouest e Wines & Châteaux. Mais de 1 mil reuniões foram organizadas entre brasileiros e franceses. O evento também contou com o apoio da Dior, Moët & Chandon e Rimowa.