07 May 2024


Construtoras apostam em edifícios híbridos

Publicado em Negócios
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  O ‘novo normal’ imposto pela pandemia trouxe mudanças bruscas no mundo corporativo. A adoção do home office é uma delas. Para continuarem com suas operações, as empresas foram obrigadas a colocar os funcionários para trabalharem de forma remota e, com isso, escritórios e prédios comerciais ficaram vazios.

   Mesmo com o avanço da vacinação, a incerteza com o surgimento de novas variantes do coronavírus fez muitas empresas adiarem a volta presencial ou ainda optar pelo sistema híbrido. Com isso, companhias passaram a devolver parte dos imóveis locados, tendo em vista que não era mais necessário manter tanto espaço para suas sedes. Com isso, a taxa de vacância das cidades disparou.

   Em São Paulo, coração do mundo coorporativo, o setor imobiliário registrou uma área de 663 mil m² devolvida por empresas, de acordo com levantamento da consultoria Newmark.

   No ABC não foi diferente. Marcus Santaguita, diretor da Jacy Construtora, com ampla atuação no ABC, relata que muitas empresas devolveram suas salas ou lajes que hoje estão ociosas e com dificuldade de encontrarem novos locatórios. Marcus analisa outra questão que se fortaleceu com a pandemia, o sistema de locação “pay per use” em coworkings, onde as empresas têm a opção de locar os espaços que realmente necessitam, além de ter flexibilidade de expandir ou retrair suas instalações a qualquer momento, o que uma locação convencional não seria possível. Este é um benefício que se aplica também aos profissionais autônomos, que têm a vantagem de pagar somente pelos períodos que usarem, o que também traz redução de custos.

   Cyro Naufel, diretor Institucional da Lopes, acredita que os escritórios não vão acabar, mas o home office veio para ficar. “Devemos ter um modelo híbrido, que se dará de acordo com o ramo de atividade e a posição de cada pessoa dentro das empresas (atividades que podem ser realizadas em casa ou não). Com isso, os escritórios podem sofrer uma mudança de layout, com redução de espaços e se converter em espaços de confraternização, atendimento ao cliente, apresentação de report, ao invés de serem um local onde as tarefas de fato são realizadas. Naufel salienta que os lançamentos residenciais já acontecem com espaços dedicados para o home office. “O projeto e o uso das áreas comuns têm ganhado cada vez mais importância, justamente em concomitância com o cenário vivido nos escritórios”, afirma.

   A Jacy tem apostado em edifícios híbridos desde 2020, com a maioria dos andares com apartamentos residenciais e alguns reservados para espaços de coworking, inclusive em projetos antigos que ainda não haviam sido lançados. “Fizemos adaptações necessárias para que pudéssemos oferecer essa opção aos clientes”, afirma Marcus Santaguita. O executivo relata que a construtora adota uma ideia de coworking um pouco diferente. “Oferecemos uma área para o cliente que não dispõe de espaço suficiente ou condições adequadas em casa, possa ter um local adequado dentro do próprio condomínio”, revela.

   Para 2022, Cyro Naufel acredita que em função do atual nível de vacância, haverá um volume de lançamentos comerciais mais tímido, aguardando uma absorção dos espaços vazios para um volume maior de lançamentos. Marcus Santaguita, da Jacy, afirma que só será possível lançar empreendimentos comerciais se forem na linha de imóveis híbridos. “Caso contrário, as vendas não teriam vazão”, afirma o executivo.

 

Mudança de perfil

   O home office obrigou a adaptação da casa em escritório. Com isso, houve forte demanda por imóveis que permitam absorver demandas pessoais e profissionais de forma confortável. Itens como varanda gourmet e espaços de convívio passaram a ser mais valorizados, ganhando certo protagonismo em função da pandemia. “Isso se traduz em espaços flexíveis, mais arejados, mais ventilados, presença da varanda ou terraço e janelas maiores. Um ambiente pode ser um home office de dia e um home theater a noite”, revela Cyro Naufel.

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