04 May 2024


Dia da Imigração Italiana no Brasil - 150 Anos

Publicado em Luiz José M. Salata
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Na quarta (21), será comemorado o “Dia da Imigração Italiana”, pois nesse ano de 1874, ocorreu a primeira che-gada dos imigrantes na cidade de Santa Cruz, atual Nova Trento, no estado do Espirito Santo. O “Dia Nacional do Imigrante Italiano” foi instituído através da Lei Federal nº 11.687, sancionada em dois de junho de 2.008, Dia da República Italiana, de autoria do saudoso Senador capixaba Gerson Camata.
Conta a história que, por volta do século XVIII, os italianos alcançaram a libertação do jugo austríaco, pois em 17 de março de 1861, com a Unificação da Itália, após quarenta e sete anos de ocupação, com a efetiva e vitoriosa participação do Rei Vittorio Emanuele II, da Casa de Sabóia, Rei do Piemonte e da Sardenha, e de Camilo Benso, o Conde de Cavour, seu Primeiro Ministro.
Ambos lideraram um movimento sui generis que contou com a população e de diversas personalidades, com atuação conjunta, considerados patriotas, com o triunvirato dos Giuseppes: Masini, através do seu jornal, Il Risorgimento, no qual escrevia artigos denunciando a situação pela ilegal ocupação e pregando um movimento de libertação; Verdi, o autor da ópera Nabucco, e por várias analogias suscitou o sentimento nacionalista italiano. Na apresentação da ópera, no terceiro ato, ”O Coro dos Hebreus (Va pensiero, sull’allidorate)” que retrata a escravidão dos hebreus na Babilônia, tornou-se a música símbolo, o que significou para os italianos a mesma situação de perda da pátria e, com isso a deflagração política; e Garibaldi, notável comandante por sua firme atuação que juntou os exércitos de libertação, pois seguindo para o norte foi expulsando os invasores.
A Itália ficou livre, mas resultou em grave estagnação, após todos esses anos de ocupação pelos invasores, pois que nada tinha sobrado para o desenvolvimento e reconstrução, principalmente nas regiões do norte com muita fome e miséria, com a extrema necessidade assim de imediata solução de sobrevivência. Nessa época, o Brasil carecia do trabalho braçal nas fazendas de café dos paulistas e também de outros estados, que cultivavam o ouro brasileiro, tempo bembem fértil.
O Imperador D. Pedro II e o Rei Vittório Emanuele II, da Itália, que eram primos por parte das mães européias, entabularam acertos para a emigração ao nosso país de famílias italianas que necessitavam de nova vida e trabalho, através das companhias de colonização. O acordo resultou na primeira viagem de italianos que emigraram para o Brasil, iniciando-se no dia 03 de janeiro de l.874, no porto de Gênova, com 386 famílias, no navio a vela La Sofia, na expedição fretada pelo próspero fazendeiro Pietro Tabacchi, para as suas terras em Santa Cruz, no Espírito Santo, atual Nova Trento, chegando em 21 de fevereiro de 1874. Foi a primeira leva de viagem em massa de italianos para cá, vindos do norte da Itália. Para tanto, foi feito cartaz, o qual continha: ”Terre in Brasile per gliItaliani. Venite a construire i vostrisogni com la famiglia. Um paese di opportunitá. Clima tropical e vito in abbondanza. Ricchezzeminerali. In Brasile putete have reilvostro castello. Il governo dá terre edutensilli a tutti.”
O chamamento deu certo, pois com o evidente interesse comum entre a Itália que necessitava recompor as famílias no trabalho e, o Brasil, que clamava por mão de obra. E, seguidamente, os italianos passaram a vir para o Brasil, em grande número de grupos familiares de outras regiones. A cantoria da música folclórica Mérica, Mérica, servia de alento durante a viagem nas dúvidas de como seria o destino final, e com o slogan: “Dio, Famiglia, Lavoro”, com fervor e vontade férrea para o trabalho. Em São Bernardo as primeiras dezessete famílias aportaram no Rio de Janeiro, em 25 de setembro de 1877, indo para Santos e subindo a Serra do Mar, aqui chegaram no final da segunda quinzena de outubro, anotado como no dia 30. Formaram uma grande colônia e trabalharam para a mudança do perfil da Vila de São Bernardo, como também foram para São Caetano e Santo André, na mesma época, demonstrando força e habilidade resultando na grande e indiscutível contribuição para o progresso e desenvolvimento da região. São trinta milhões no país, a maior população fora da Itália.
Os italianos integraram-se nas famílias brasileiras cultivando a cultura, os costumes e as tradições da Itália, enriquecendo as relações ítalo-brasileiras, pois se engajaram nas lutas sociais, proliferaram os seus membros, fizeram prosperar cidades com construções, lavouras e plantações e motivaram nas artes, música, teatro, culinária, construção, rádio, teatro, religião, comércio, indústria, vinho e dança. Tudo isso em 150 anos. Assim homenageando os que seguidamente aqui aportaram nos rincões onde se fincaram, formando a grande colônia que proporcionou e impulsionou o desenvolvimento e progresso da nação, com a força do trabalho, costumes e tradições.
A influência traduz significamente a imensurável contribuição dos oriundi, pois integraram todos os segmentos e aspectos da vida nacional. Viva o sesquicentenário ítalo-brasileiro.

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