05 May 2024


Comemoração da chegada dos Primeiros Imigrantes Italianos

Publicado em Luiz José M. Salata
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   A Imigração Italiana em São Bernardo completa 146 anos nesta última semana da segunda quinzena do mês de outubro. No caso, as primeiras dezessete famílias de imigrantes italianos registrados são as seguintes: Angioletti, Bassani, Casa, Dal Zotto, Locatelli, Negri, Paggi, Tolotti, Baraldi, Bianchini, Cestari, Gerbelli, Margonari, Médici, Odorizzi, Pedó e Visentainer, que abriram caminho para que milhares de italianos para aqui viessem nessa época, para a Freguesia de São Bernardo, como também para toda região do ABC.
   Ressalte-se, igualmente, por todo o interior paulista. Tudo se iniciou com a libertação da Itália do jugo austríaco, nos idos de 1861, e dos graves problemas daí decorrentes, o que resultou na emigração ocorrida na Itália, em larga escala e mais especialmente para o Brasil. Relembrando a Unificação da Itália e sua plena libertação, pois a população foi mantida sob o jugo dos invasores austríacos, desde 1.814, durante quarenta e sete anos, tendo o país suportado graves crises. Após esse tempo, padeceu de inúmeros problemas internos e de total estagnação, sem quaisquer perspectivas de pronta recuperação. Com a interferência do Rei Vittório Emanuele II, da Itália, e de D. Pedro II, do Brasil, que eram primos pelas famílias europeias, com as tratativas que foram facilitadas com os fazendeiros brasileiros que cultivavam a cafeicultura, sendo através das companhias de colonização que prosperavam tal combinação. Nessa época, tanto no sudeste e como no sul do país já existia grande escassez de mão de obra na agricultura.
   Ao mesmo tempo, tais tratativas resolveriam para os cafeicultores preocupados com os trabalhos nas lavouras, pois se avizinhava a libertação dos escravos com as já vigentes leis benéficas a eles. E, também, concomitantemente de solução para as famílias italianas que almejavam as perspectivas de trabalho em novos rumos e terras, visto a grave crise, medidas tão necessárias naquele momento para melhor destino.
Foram promovidas as triagens de milhares de famílias para ensejar as suas qualificações nas áreas de trabalho, principalmente nos estados que praticavam a cafeicultura. Desse modo, o primeiro grupo de italianos católicos e agricultores da regione do Veneto, partiu para o Brasil com direção ao estado de São Paulo, no navio a vapor Sud-América que zarpou de Genova, regione da Ligúria, para o Brasil. Primeiramente, dito navio atracou na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de setembro de 1877. Dito registro foi levantado no Arquivo Nacional, cuja cópia do documento foi buscada e permanece em mãos do casal historiador de São Bernardo, engenheiro Vicente Carlos D’Angelo e a esposa da Elexina Neri de Medeiros D’Angelo, ambos associados da Sociedade Cultural Brasilitália, ele Conselheiro do Conselho Deliberativo e ela Diretora de Museologia da entidade; Eles primam pelas atividades históricas familiares e das origens italianas, sempre servindo para orientações pertinentes no sentido da busca documental de memória das famílias, tendo o pendor pelos assuntos de cidadania e da vida dos seus antepassados.
   Seguidamente, o navio Sud-América rumou do Rio de Janeiro para Santos e, no desembarque após estadia nos galpões do próprio porto quando passaram pelas providências documentais de cadastramentos, sanitárias e de outros cuidados nos galpões se dirigiram para Santo André de trem, subindo a Serra do Mar. Daí, tomaram o rumo para a Freguesia de São Bernardo e aqui chegando as dezessete famílias de italianos, relembrando como os primeiros imigrantes foram hospedados no Casarão do Bonilha, já demolido e que se localizava onde hoje é a atual Praça Lauro Gomes. Vale dizer que, a Hospedaria dos Imigrantes foi inaugurada somente no ano de 1887.
   Tal fato da chegada deles se deu no final da segunda quinzena do mês de outubro do ano de 1877, segundo mostras documentais e de voz corrente desses antepassados que vigoram entre as famílias dos pioneiros imigrantes. No tempo, ali permaneciam até que eram chamados para ocupação das terras nos lotes dos Núcleos Coloniais, onde após instalados cultivavam as terras com as inovações do Velho Continente. Assim, cumpridas as tratativas para de per si, com o cumprimento do acordo firmado entre brasileiros e italianos, o tão esperado objetivo sendo realizada a aspiração deles foram de ampla aceitação com os habitantes locais, sendo que, com o desenrolar do tempo foram muito bem entrosados no seio da Freguesia e região. Ao tempo, as famílias dos imigrantes italianos aqui chegadas bem se adaptaram na nova terra, com muita disposição pela realização do sonho da tão aguardada vinda ao Brasil. Desde logo, cabe salientar a inovação dos costumes por eles introduzidos na nova terra.
   Desse modo, os brasileiros receberam muitas motivações no meio social, cultural, música, culinária, costumes como também pela introdução das novas modalidades de construção, abertura de caminhos e estradas, sistemas de meios de trabalho nas diversas atividades. Restou claro o pleno desenvolvimento da região mercê de disposição das grandes experiências trazidas do milenar país, aplicadas na nova terra, motivo do visível e efetivo progresso claramente demonstrado no tempo e pelo claro impulso nos valores da Freguesia, até os dias atuais.
   Aos imigrantes italianos de todos os tempos, a cordial saudação e sentimento de carinho e gratidão pela integração. Agli immigrati italiani il nostro profondo riangraziameni.

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