03 May 2024


O uso dos smartphones nas escolas

Publicado em Editorial
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  Nas escolas, cada vez mais, se dissemina o uso das tecnologias digitais, não só por meio de laptops, tablets ou até mesmo celulares, com jogos, simulações, videoaulas, animações e outras ferramentas que auxiliam a prática pedagógica, com objetivo de aprimorar e modernizar o ensino.
   As tecnologias digitais na educação transformam as metodologias de aprendizagem, proporcionando benefícios, para alunos e professores. Embora o formato de ensino tradicional seja eficiente, a tecnologia tem um papel imprescindível para facilitar o aprendizado e a experiência dos alunos nas matérias.
   Apesar disso, o uso, cada vez mais intenso e rotineiro das tecnologias digitais, traz problemas aos jovens e crianças, como ansiedade, depressão, incidentes e transtornos mentais.
   De acordo com pesquisa do Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, quase metade dos professores já precisou auxiliar seus alunos a lidar com o uso demasiado de jogos e tecnologias digitais, e um terço revelou que recebe pedidos de ajuda, após incidentes virtuais de assédio, fotos vazadas ou bullying. Os casos têm aumentado a cada ano.
   No mundo inteiro, há evidências que confirmam uma verdadeira epidemia de transtornos mentais entre os jovens e crianças, que são expostas ao uso massivo e rotineiro de smartphones e tecnologias virtuais. Depressão, ansiedade, tristeza sem motivo aparente e até mesmo lesões autoinfligidas e suicídios são alguns deles.
   Esses transtornos ainda se agravam com o uso abusivo das mídias sociais, que estimulam um comportamento performático e uma preocupação obsessiva com o corpo e a popularidade. Neste aspecto, os adolescentes, principalmente as meninas, são ainda mais vulneráveis.
   Para tentar diminuir os efeitos maléficos do uso rotineiro dessas tecnologias digitais, um em quatro países, de acordo com relatório da Unesco, introduziu restrições totais ou parciais a smartphones nas escolas. Na França eles foram proibidos, exceto para usos estritamente pedagógicos. Estudos na Bélgica, Espanha e Reino Unido revelaram melhoras nos resultados educacionais após a remoção. No Brasil, não há lei que proíba o uso de celulares. Escolas particulares têm regras próprias sobre o uso do aparelho, permitindo ou não de acordo com o uso e a idade do aluno.
   Porém, como obstáculos a essas restrições há os pais, que querem contato irrestrito e absoluto com seus filhos em qualquer horário do dia. Também a proibição dos dispositivos nas aulas, ainda permitindo que os alunos os mantenham em suas mochilas ou bolsos, obriga os professores a realizar um policiamento na tentativa de flagrar aqueles que burlam as regras.
   Além disso, proibir o celular na sala de aula, mas permitir o uso nos intervalos ou recreação pode levar os estudantes a querer compensar o tempo perdido sem acessar e deixar de interagir socialmente com outras crianças ou jovens.
   A Unesco defende o uso de celular nas escolas, contanto que sirvam, declaradamente, de apoio ao ensino. Contudo, é preciso que pais, professores e diretores cooperem para implementar os limites apropriados. Também poderão utilizar da própria tecnologia para ajudar a resolver esses problemas, criados por ela, ou seja, com aplicativos que auxiliam na filtragem de conteúdos, definam limites de tempo de uso e, assim, reforcem o controle dos estudantes.

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