29 Apr 2024


Novamente, as chuvas e seus estragos

Publicado em Editorial
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Faltando poucos dias para o início do verão, que começa no dia 21 de dezembro, as chuvas mais intensas já têm ocorrido e gerado estragos.
Apenas na tarde de terça (6), as chuvas registradas causaram alagamentos e queda de árvores na capital, na Grande São Paulo e no ABC. O volume de chuva em São Paulo, por exemplo, nos sete primeiros dias de dezembro, é a metade do esperado para todo o mês, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura.
No ABC, na segunda (5), o Corpo de Bombeiros encontrou o corpo de um homem de 41 anos que havia sido levado pela enxurrada durante temporal ocorrido no sábado (3). Marcos de Araújo Rocha caiu no córrego Taioca, enquanto tentava fazer a travessia utilizando uma ponte, que liga a via à comunidade da Baronesa, localizada entre os municípios de Santo André e São Bernardo. Foi a segunda morte em decorrência das fortes chuvas. No último dia 23 de novembro, um homem, de 56 anos, morreu em Mauá após ter o veículo arrastado pelas águas, até um córrego na Estrada do Britador.
As chuvas intensas, dos últimos dias, também têm causado estragos e deixado pessoas desabrigadas e desalojadas no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia e Paraná. Por enquanto, apenas a Bahia ainda não registrou nenhuma morte em razão das fortes chuvas, de acordo com dados da Defesa Civil.
O Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu, na segunda (5), a situação de emergência de 30 municípios de Santa Catarina, por chuvas intensas. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 50 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas. Também houve mortes, pelo menos três óbitos e dois desaparecidos.
Nesta época, estados e regiões se mobilizam com as Operações Chuvas de Verão. No Estado de São Paulo, há concentração de medidas para minimizar os desastres e proteger a população, especialmente as que residem em áreas mais vulneráveis. Em São Bernardo, por exemplo, já foram investidos mais de R$ 500 milhões em obras de drenagem e, em Santo André, de janeiro a outubro deste ano, a Defesa Civil realizou 2.290 vistorias, 203 interdições e sete desinterdições. Apesar disso, a ameaça de tempestades ainda é motivo de preocupação. Na região, há 270 mil imóveis distribuídos por 1.671 áreas de risco mapeadas pelo IG (Instituto Geológico).
Todo o ano, nesta época das “chuvas de verão”, o cenário é o mesmo e o caos se repete não só no ABC, mas em diversas cidades do país. Enchentes, deslizamentos e mortes causadas pelas chuvas intensas. Apesar de ser um problema crônico, os esforços, por parte dos governos municipais, estaduais e federal, em medidas preventivas, ainda é incipiente.
Iniciativas como o acompanhamento e monitoramento de áreas de risco não são suficientes, é preciso, ainda, ações que evitem o descarte irregular de lixo e entulho em áreas públicas, a criação de calçamentos permeáveis, telhados verdes, que até já são usadas em alguns municípios brasileiros, mas que ainda não surtiram efeito suficiente para inibir ou, pelo menos, diminuir os estragos das chuvas e principalmente das milhares de mortes. Somado a isso, a implantação de sistemas eficientes de drenagem, a criação de mais áreas verdes nas margens dos rios e nas cidades, a diminuição dos índices de poluição e um planejamento urbano mais consistente também evitariam boa parte dos estragos. Até quando os brasileiros irão correr risco de morte pelas consequências das chuvas intensas do verão?

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