04 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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   Fiz uma nova ressonância do crânio e apareceu um novo pontinho. Fiz uma nova radioterapia no dia 20 de abril, uma quinta-feira. No sábado, eu estava me sentindo meio tonta e dizia que devido ao procedimento eu poderia ter tontura. Fui almoçar na minha irmã Lilli. Tinha feijoada e eu comi um monte de torresmo, um pouco de feijoada, mas não tomei caipirinha. Não estava muito legal. Conclusão: vim para casa e fiquei sozinha. Sempre fiquei sozinha, não precisava de companhia.
   À noite, fui deitar e tomei meu comprimidinho para dormir. Durante a noite, levantei e caí da cama. Não conseguia me levantar. Cadê a campainha de pedir socorro (Help life)? Estava na cozinha. Não sei como cheguei lá. Acionei a campainha e eles ligaram para os nomes das pessoas que estavam na lista para prestarem socorro. Como eu deixo as portas abertas, dali a pouco chegou a Lilli, o Pira e a Rosa. Me levaram para o hospital que eu falei, Neomater. Eu tinha dor, mas como não costumo chorar com nada e nem falo dói, dói, dói... eu sei que depois que cheguei lá não me lembro de mais nada. Provavelmente me deram algum remédio para dor. Fizeram tomografia e descobriram que meu problema era divertículo rompido. Fui operada e disseram que foi uma cirurgia demorada com uma dose maior de anestesia. Quando acordei, já no quarto, é que soube que tinha feito uma colostomia em mim.
   Eu sempre tive horror disso neh? Falaram que dali a um tempo eu podia fazer a reversão, um médico disse “seis meses”, uma enfermeira falou “Ah, dois meses”... Tudo bem, você fica na esperança. Só que pela 1ª vez na vida eu tive um problema com a anestesia (sempre gostei de tomar, acordava alegre, tranquila), fiquei meio doida, tinha sonhos horríveis, via coisas que não estavam ali, conto até hoje sonhos em detalhes, verdadeiras histórias, filmes que se passaram na minha cabeça. Acredito que foram uns três dias assim.
   Depois veio a aceitação... já no hospital, a ajuda de cuidadoras porque não tenho condições de ficar mais sozinha (algumas pessoas dizem que limpam a bolsa, mas a minha não tem como eu limpar), mudança de bolsas, de alimentação... minha neuropatia aumentou bastante, bastante mesmo!
   Passei em consulta com uma cirurgiã que participou da minha cirurgia. Foram quatro cirurgiões porque foi uma coisa de emergência... Fiquei um pouco chateada porque ela me disse que talvez eu não tenha condições de fazer a reversão devido ao fato de eu ter muitas cicratizes no abdômen, além desta última ter sido uma cicatriz muito grande, tenho várias outras. Independente da reversão tenho vários outros problemas. Ela disse que só dá para pensar nisso depois de 6 meses da cirurgia... Minha pele está meio espessa ainda, não voltou ao normal e talvez avaliem isso tudo, se vale a pena ou não... também tem a questão da idade. Portanto, uma decisão para o futuro. A gente fala tanto e ainda tem futuro neh?
   Eu não tenho medo e penso assim: se eu fizer a reversão e não aguentar, morro feliz porque pelo menos eu tentei. E se não fizer também, tenho que conviver com isso.
    Minha perna e mão direita começaram a ficar meio bobas. Continuo fazendo piadas, tenho 2 cuidadoras, brinco com elas, mas tenho que ter consciência que num futuro bem próximo precise ir para uma cadeira de rodas. Comecei a fazer fisioterapia e eles dizem que sempre há esperança, não pode parar de fazer. (Continua)

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