04 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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   Mesmo assim, quando o primeiro filho Roberto fez 2 anos, nasceu mais um... Ricardo. Eu engravidei mais umas duas vezes, mas logo no primeiro mês, abortava. Nessa época, levei os meu avós numa caravana que saía de Santo André até a chácara dos Siomnsen (uma parte que hoje é o Rodoanel), para tentarem um tratamento mediúnico com uma moça que incorporava o Marinheiro.
   À tarde, meus avós já cansados vieram embora de carona. Eu, continuei lá porque também queria um atendimento, me ofereci para ajudar a preencher as fichas enquanto aguardava. Só fui atendida às 10 horas da noite. Fiz uma cirurgia mediúnica.
   Passei a ajudar o centro nos trabalhos de fichas, mas no mês seguinte, engravidei. Avisei que não poderia mais auxiliar, pois precisava de repouso. Então disse “Não tenho esperança, pois sempre perco!” O Marinheiro falou para que eu sempre pensasse nele, pois me acompanharia todo o tempo e eu iria gerar uma criança.
   Assim, quando eu ficava preocupada por algum sinal negativo, deitava no sofá da sala e orava pedindo ajuda a ele. Eu só acredito porque aconteceu comigo. Eu sentia meu corpo flutuar e via meu corpo no sofá.
Quando meu Renato nasceu e voltei para casa do hospital, deitei no mesmo sofá para agradecer. Nunca mais tive aquela sensação. Promessa dele cumprida.
   O médico Dr. Dib El Kadre, após o parto cesárea, fez a laqueadura das trompas, pois nos disse que a parede de meu útero era uma folha de papel de seda.
   Quando completei 32 anos, tive que fazer uma histerectomia com a Dra. Lenir Mathias. Pólipos crônicos. Após a cirurgia a pressão foi a zero, mas me trouxeram de volta à vida.
   Fui cuidando dos 3 filhos, Roberto, Ricardo e Renato e fazendo trabalhos artesanais e exposições com amigas. Por uns 8 anos trabalhei como voluntária na Legião Brasileira de Assistência, que tinha como presidente a Sra. Olinda Lopes. Tínhamos dois grupos de 40 mães carentes, sendo eu a coordenadora de um. Contava com uma turma de amigas voluntárias. Eram feitas duas exposições por ano com os artigos confeccionados por essas mães. Um valor era revertido para elas de acordo com as tardes trabalhadas e o restante, utilizado para comprarmos materiais para os trabalhos. Nós, as voluntárias, levávamos um bolo semanalmente e os servíamos para essas mães carentes. Uma delas certa vez disse “O meu domingo é na segunda feira quando eu aqui venho. Para vir aqui, coloco a minha melhor roupa.” Isso, para nós, foi um prêmio! Arrecadávamos retalhos de costureiras e alfaiates, e ensinávamos essas mães a costurarem roupinhas que doávamos ao Lar da Criança, entidade que acolhia os órfãos. Vieram o presidente, uma conselheira e um grupo de crianças para receber a doação. Uma das mães então entregou as roupinhas e fez seu pequeno discurso, dizendo que a doação era em nome dos filhos delas, que as tinham para cuidar deles. Foi um gesto muito singelo.
   Com 41 anos, em 1982, fazendo meu exame anual, descobri um carocinho no seio direito do tamanho de uma ervilha. A operação com a biópsia do mesmo, acusou como benigno. Um ano depois, uma junta médica, achou que não tinha nada de anormal. Mas eu sentia como se ali tivesse um tumor. Fui no Dr. Sampaio Góes Junior por indicação de uma amiga. Era uma quinta feira. Ao ver os exames, disse que eu devia ter mesmo uma displasia. Ao colocar a mão em meu seio completou “Quero tirar isso o mais rápido possível!”
   Organizei o aniversário do filho menor para o sábado, e depois avisei a família que a cirurgia seria para a retirada de um pequeno nódulo, na segunda-feira. Dia 7 de junho de 1982, aos 42 anos, voltei para o quarto tendo feito uma mastectomia radical, retirando os gânglios com a maioria já contaminada pelas células malignas. A cirurgia foi no IBCC, hospital de doenças da mama na época, fundação do Dr. Sampaio Góes Jr. Depois, 25 radioterapias.... e mais 9 meses de quimioterapia com Dr. Normando de Bellis, na Beneficência Portuguesa de São Paulo. (Continua).

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