03 May 2024

Publicado em TITO COSTA
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A festa de Momo em Torrinha poderia ter sido melhor, não fosse a chuva que despencou impiedosa, especialmente no último dia, a terça-feira. Assim mesmo nos intervalos de pequena estiagem a folia brincou solta. Como em todos os anos houve intensos preparativos com os bonecões tradicionais, a Mariona encabeçando o cortejo e as demais figuras na esteira da caminhada por ela aberta e com a banda e as matracas fazendo a barulhada necessária. Neste ano houve a presença dos ausentes mortos e homenageados com textos contendo informações da vida de cada um nas ventarolas distribuídas a todos os presentes. Assim compareceram os homenageados cada um com informações sobre suas vidas em textos cuidadosamente redigidos pelo Secretário de Turismo da Prefeitura, César Siboldi enfeitando cada leque com um desenho sobre a figura constante do texto escrito. Assim:
Marinho Gordo abriu a lista falando de suas atividades como motorista de praça com sua Kombi prestando serviços à comunidade durante anos enquanto viveu. Diz o texto que ele era conhecido na cidade e vizinhanças como "Mário Bola", pois sempre foi gordinho. Nasceu em Torrinha, onde ficou órfão de pai, sua mãe dona Zica casando-se então com o Sr. Peixoto passando a família a morar em Vera Cruz. Depois, o retorno á terra de origem. Cuidava de seu carro de trabalho com o carinho dedicado a uma pessoa e agradecia a homenagem que seus amigos lhe prestavam dizendo a frase que falou em toda a vida: "Por favor não bata a porta do carro".
Aldair Della Colleta, outro homenageado pelos foliões, conhecido na cidade como o "Coelho da Farmácia", muito brincalhão, sempre de bom humor no trato com amigos e clientes. Agradecia no texto escrito a homenagem que lhe prestavam amigos e clientes, embora merecedor não fosse, como disse, e reconhecia o carinho com que sempre foi tratado na farmácia e nas rodas da cidade.  No futebol tinha um time do coração "Os veteranos do TEC"  (Torrinha Esporte Clube). Na farmácia, dizia, só tenho amigos, não clientes.
André Calça, nasceu no bairro do Paraíso e trabalhava manualmente, verdadeiro artista popular, manejando fibras naturais como palha de milho, taboa e pita. Empalhava assentos de cadeiras fazendo também revestimentos com tranças de cipó em cadeiras e em garrafões de vidro, verdadeiras obras de arte.
Costumava organizar o povo para festas religiosas, movimentando-se numa charrete toda enfeitada com objetos antigos, ferro velho e outras coisas da roça, o que chamava a atenção de todos pela originalidade, sua charrete sendo verdadeira atração em desfiles de que participava. Era pessoa religiosa e  tipo genuinamente popular merecedor da homenagem da cidade especialmente das pessoas simples como ele foi.
E assim  o Carnaval em Torrinha  neste ano de 2020 foi bem fundo na alma popular, deixando de lado "os grandões" trazendo à cena   para homenagear gente saída do meio do povo e de sua cultura.

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