26 Apr 2024


FMABC: ambulatório de câncer dermatológico faz 13 anos

Publicado em Saúde
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Fruto da parceria entre as disciplinas de Dermatologia e Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), o Ambulatório de Reabilitação Dermatocosmiátrica para Pacientes Oncológicos completa 13 anos de atividades, na quarta (5). Para marcar a data, será realizado encontro das 8h às 12h30 entre atuais usuários do serviço e pacientes mais antigos, que já superaram o câncer, mas que durante o tratamento tiveram acesso aos benefícios deste trabalho. O evento contará com palestras motivacionais e de suporte dermatológico aos pacientes oncológicos, além da participação de especialistas em maquiagem, depilação, manicure e uso de lenços.

Com raras citações sobre a temática na literatura médica até a implantação do serviço na Faculdade de Medicina do ABC, em 2004, o Ambulatório de Reabilitação Dermatocosmiátrica para Pacientes Oncológicos tornou-se pioneiro nacional e internacionalmente. O objetivo do trabalho é melhorar a qualidade de vida e diminuir o grau de sofrimento dos pacientes ao minimizar efeitos colaterais dos tratamentos e aumentar a autoestima. O local oferece atendimento dermatológico e cosmiátrico gratuito e integral aos pacientes, abordando prevenção, correção e camuflagem (quando não é possível corrigir) de alterações decorrentes de procedimentos cirúrgicos, da quimioterapia e da radioterapia.

Além da queda de cabelos, pacientes em quimioterapia ou radioterapia também enfrentam problemas como ganho de peso, manchas na pele e alterações nas unhas, além de infecções virais e bacterianas, como verrugas e herpes, devido à queda de imunidade. Geralmente os dermatologistas evitam iniciar tratamentos, com receio de interferir na terapia oncológica.

“Nossa ideia é exatamente oposta. Atendemos os pacientes durante o tratamento do câncer, pois esse é o período em que eles mais sofrem. É Justamente nesse momento que precisam de suporte dermatológico para minimizar efeitos colaterais, melhorar a autoestima e buscar forças para seguir em frente”, explica Dolores Gonzalez Fabra, dermatologista responsável pelo ambulatório da FMABC e pioneira no país nas pesquisas relacionadas à reabilitação dermatológica de pacientes com câncer.

ATENÇÃO DIFERENCIADA- O Ambulatório de Reabilitação Dermatocosmiátrica para Pacientes Oncológicos da FMABC funciona às quartas-feiras, das 12h às 17h, no campus universitário em Santo André. Os atendimentos são agendados mediante encaminhamento dos pacientes pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e hospitais da região do ABC.

“Até pouco tempo, a preocupação do médico era somente com a cura do câncer. Hoje leva-se em consideração a qualidade de vida e o bem-estar desses pacientes antes, durante e após o tratamento oncológico. Procuramos dar assistência integral e minimizar sequelas físicas e emocionais”, detalha Dolores Fabra.

Além do atendimento dermatológico, a assistência no ambulatório também contempla a área estética, com ensino de técnicas de maquiagem e camuflagem, além da realização de dermopigmentação – um tipo de tatuagem. O serviço conta com apoio das voluntárias da ONG Viva Melhor, que auxiliam na captação de doações de perucas, unhas postiças, sutiãs com enchimento e maquiagens.

São diversos tipos de atendimento oferecidos no local. No caso de queda de cabelos, por exemplo, é realizada terapia preventiva antes e durante as sessões de quimioterapia, o que facilita o crescimento capilar posteriormente. Também há empréstimo de perucas. Para a queda de sobrancelhas, há opção de tatuagem provisória para camuflagem até o término do tratamento quimioterápico, quando os pelos voltam a crescer.

Para cicatrizes resultantes de cirurgias, além de tratamentos dermatológicos para prevenção de queloides, o ambulatório orienta para o uso correto de técnicas de camuflagem. Também oferece opção de tatuagem definitiva – para a aréola da mama, por exemplo –, com excelentes resultados após a reconstrução.

“Temos muitos casos de alterações de unha causadas por micose ou pela própria quimioterapia. Por essa razão, realizamos tratamento dermatológico preventivo”, acrescenta a coordenadora do ambulatório, que completa: “Durante o tratamento do câncer, alguns pacientes ganham peso e ficam com muitas estrias. Nesses casos, o tratamento adotado também é preventivo, à base de cremes, o que não impede o aparecimento, mas faz com que as estrias sejam menos agressivas, facilitando o tratamento posterior. Além disso, a queixa de ressecamento da pele é bastante recorrente, passível de tratamento e com excelentes resultados”.

MAIS PESQUISAS- Além da assistência, outro objetivo do ambulatório é o desenvolvimento de pesquisas, estudos clínicos e de literatura médica. “Procuramos desenvolver uma dermatologia específica para pacientes oncológicos, que até o momento ainda não existe. Desde a abertura do ambulatório, em 2004, temos avançado muito nos estudos e tratamentos oferecidos aos pacientes, com resultados bastante significativos. Ao longo dos anos, temos buscado sensibilizar a indústria farmacêutica para o desenvolvimento de produtos dermatológicos apropriados para os pacientes com câncer. Essa é uma área ainda pouco explorada, na qual temos a expertise de mais de 1.000 pacientes cadastrados no ambulatório, além de um departamento de pesquisa clínica de primeiro mundo na faculdade”, revela Dolores Fabra.

Última modificação em Terça, 04 Abril 2017 09:58
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