17 May 2024


“Fã de Taylor Swift morreu por falta de bom senso dos organizadores”, afirma advogado

Publicado em Saúde
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“O consumidor precisa ter assegurada sua vida, sua saúde e sua segurança, inclusive quem compra ingresso para shows”. A observação é do advogado Arthur Rollo, ao analisar a morte de Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, na noite de sexta (17), durante o show da cantora norte-americana Taylor Swift, no Estádio “Nilton Santos”, o Engenhão, no Rio de Janeiro-RJ.

Segundo testemunhas, Ana Clara passou mal já nas primeiras músicas do evento. A fã chegou a desmaiar e foi socorrida para o ponto de atendimento médico do estádio. Contudo, teve uma parada cardiorrespiratória e, mesmo sendo reanimada, ao dar entrada num hospital, não resistiu. Além da jovem, que era estudante de Psicologia, de Mato Grosso, houve o registro no show de ontem de mais de mil desmaios, o que, segundo Rollo, indica que o calor intenso tenha sido o motivador da situação “insalubre e arriscada”.

O evento ocorreu num período de forte calor em vários estados do Brasil. Nessa sexta, por exemplo, a sensação térmica se aproximou dos 60° na cidade do Rio: “A fã da Taylor Swift morreu por absoluta falta de bom senso dos organizadores do show. Eles tinham de ter providenciado meios de resfriar o local, como tendas e jatos de água, e facilitado o acesso à água potável.

Cabe, agora, a responsabilização pela morte, que é objetiva - deve caber indenização, sim. Além disso, que haja prevenção, para que outros incidentes como este sejam evitados no País”, reforça Rollo, que é doutor e mestre em Direito, especialista em Defesa do Consumidor e ex-secretário nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O profissional diz que, por mais que a empresa que trouxe Taylor Swift para as apresentações no Brasil alegue que a fã morreu por causas naturais, por força de comorbidades, ou por qualquer outro fator, é necessário levar em conta a desidratação pela qual Ana Clara foi submetida: “Não é normal que alguém vá para o show do seu artista preferido e morra de calor.

A saúde, a segurança e a vida do consumidor devem ser asseguradas por quem promove o evento. E, percebe-se que, o promotor da apresentação ignorou os sinais de alerta dos órgãos competentes, como é o caso da Defesa Civil, quanto à intensa onda de calor em várias partes do País, sabendo, inclusive, que muitos fãs chegam cedo, para pegar os melhores lugares, e acabam ficando no local por 12 horas ou mais.

Foi absoluta falta de bom senso dos organizadores do evento. Minimamente, a água deveria estar sendo oferecida por preço acessível e em vários locais do estádio”, considera.

Senacon- Após a morte de Ana Clara e o registro de cerca de mil desmaios no show de sexta, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) baixou uma portaria que libera o público levar água nos eventos, ao menos durante a onda de calor intensa registrada no Brasil. Até ontem, a entrada dos fãs com garrafas e copos com o líquido não era permitida: “A portaria também prevê que os organizadores de grandes shows forneçam água aos consumidores. Porém, sinto falta, até na resolução da Senacon, que esteja prevista a obrigatoriedade de os promotores informarem em vários locais do evento sobre a importância de se beber água de duas em duas horas, por exemplo. Afinal, também é dever do consumidor a informação”.

Última modificação em Domingo, 19 Novembro 2023 09:25
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