O ex-governador João Doria, três semanas após anunciar a desistência de sua pré-candidatura à Presidência da República, revelou, durante café da manhã para jornalistas, na segunda (13), no hotel Rosewood, em São Paulo, que irá voltar para o setor privado.

“Vou voltar para o setor privado, de onde vim. A partir de agora, retorno a minha vida privada. Recebi um honroso convite, ao lado de Henrique Meirelles para integrar o Conselho do Lide, Grupo de Líderes Empresariais, convite este que veio de um querido amigo, que foi colega de governo do Meirelles, Luiz Fernando Furlan, ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que hoje é o chairman do Lide”, disse.

A partir do dia 1º de julho, Doria, ao lado de Henrique Meirelles e Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro, integrará o Conselho do Lide, sem função executiva e sem remuneração. “Volto orgulhoso pelo trabalho que fizemos e pelas transformações que fizemos em São Paulo, pelos empregos gerados, pelas vidas salvas, pelas 124 milhões de doses de vacinas que trouxemos”, afirmou.

Na área política, Doria informou que continuará no PSDB. “Isso (a desistência da pré-candidatura) não me coloca em antagonismo ao PSDB. Continuo no PSDB, não me desfiliei e não vou me desfiliar. As razões que me fizeram me filiar ao PSDB no ano 2000. São as mesmas que me mantém no PSDB no ano 2022. A convicção que cidadania se faz também pelo ato da sua decisão partidária, independente das suas ideologias”, revelou.

Doria disse ainda que não se arrependeu das medidas adotadas durante a pandemia, enquanto foi governador de São Paulo. “Se não tivéssemos iniciado a vacinação em janeiro de 2021, mais de 300 mil brasileiros estariam mortos. Todas as medidas que adotamos, se tivesse que fazê-las de novo, faria, em prejuízo da minha popularidade, dos votos que não recebi, mas com a certeza de que ao salvar vidas, estaria, como sei que estou, na boa consciência de muitos pais, mães, avós, filhos que estão vivos e convivendo com seus familiares e amigos”, explicou.

O ex-governador também sinalizou que poderá não exercer mais a política. “Isso não me afasta do sentimento público, do sentimento patriótico, do sentimento de acompanhar o Brasil e olhar a política. Mas, não de exercer a política. Volto ao setor privado de onde vim e a minha paixão continuará sendo o Brasil”, finalizou.