A Faculdade Anhanguera de São Bernardo, pertencente ao grupo Kroton, registrou um crescente número de alunos em cursos à distância durante a pandemia da Covid-19. No início, a Kroton tinha 470 mil alunos estudando on-line. Agora, são 695 mil alunos exclusivos do EAD. Segundo a direção da unidade de São Bernardo, a tendência é que cada vez mais haja a quebra de paradigma dos cursos EAD.

“Para garantir que os alunos não sofressem qualquer efeito, foi feita uma verdadeira operação de guerra para migrar as aulas presenciais para o ambiente on-line. Em 24 horas após a declaração da pandemia, já havia 480 mil objetos de aprendizagem disponíveis na plataforma”, comenta Ricardo Cavalini (foto), diretor da Faculdade Anhanguera de São Bernardo, sobre as ações realizadas na implantação das aulas on-line.

De acordo com o diretor da faculdade, havia uma desconfiança das pessoas sobre o ensino à distância, que foi reduzida pela pandemia. “Acabamos de lançar 37 novos cursos, todos 100% EAD, disponíveis na Unopar e Anhanguera. Todos eles têm como objetivo desenvolver condições para apoiar a empregabilidade dos brasileiros. Além disso, durante a pandemia, lançamos a Academia Tech, iniciativa que oferece 12 cursos em áreas com alta demanda de mão de obra qualificada para o setor de tecnologia”.

Algumas atividades presenciais já foram retomadas. “Em São Paulo, retornamos com as clínicas-escolas e aulas práticas dos cursos com cargas horárias prática mais elevadas, nas áreas de saúde e das engenharias, nas cidades que tivemos autorização para o regresso, respeitando todas as medidas sanitárias. Dessa forma, conseguimos encerrar o ciclo de alunos que precisavam desta etapa presencial para atingir o número necessário de horas práticas que o curso exige”, comenta Ricardo.

Ricardo acrescenta que a Kroton entende a importância dos cursos presenciais para realização de atividades práticas e laboratoriais, bem como as que possuem exigência legal da presencialidade, como medicina, engenharias e direito. Porém, ele acredita que a pandemia acelerou o processo de digitalização do ensino. “Nos países desenvolvidos, o ensino híbrido já está consolidado. O Brasil, aliás, é um dos poucos lugares onde existe claramente uma distinção entre educação presencial e a distância. [...] Atualmente, há uma maior aceitação dos alunos ao modelo digital, cuja proposta de valor em termos de qualidade, conveniência e custo fica cada vez mais clara. Para nós, essa migração da demanda de novos alunos do ensino presencial para o ensino digital já era algo claro, à medida que o acesso à computadores vai avançando e a infraestrutura de telecomunicações vai melhorando”.