18 May 2024


Mackenzie desenvolve estudo sobre qualidade de vida

Publicado em Educação
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O Índice Multidimensional de Qualidade de Vida Municipal (MIQL-M em inglês) é um estudo desenvolvido para gerar uma média quantitativa que pode ajudar a compreender o quanto os habitantes de uma determinada localidade estão próximos - ou distantes - de se alcançar uma vida plena.

Foi desenvolvido pelo coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE), Vladimir Fernandes Maciel, e pela professora da Universidade Universidade Federal do ABC (UFABC), Mônica Yukie Kuwahara. A temática é um complemento ao divulgado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e, de acordo com o professor Maciel, "o MIQL-M é focado qualidade de vida nos municípios brasileiros e tem mais dimensões do que o IDH. A proposição do índice foi uma modesta forma de buscar proximidades entre os conceitos e os procedimentos presentes em diferentes áreas da economia e em outras ciências sociais aplicadas", explana.

O MIQL-M é constituído por mais indicadores e tem como base dados censitários, visto que em um país populoso e desigual como o Brasil, a média tende se a mover com lentidão. Assim, os indicadores que estabelecem o índice são renda, educação, sobrevivência (que simplifica a dimensão da saúde), a vulnerabilidade e risco na habitação e infraestrutura, habitação, infraestrutura e meio ambiente, acesso à informação.

Assim, foi gerado o MIQL-M para todos os municípios brasileiros, contudo, pela impossibilidade de apresentar uma discussão da evolução dentro do período dos anos 2000 até 2010, os professores selecionaram 10 regiões metropolitanas e fizeram três análises. "Buscamos verificar a distribuição espacial da qualidade de vida expressa pelo MIQL-M mediante os dados georreferenciados; o segundo procedimento foi descrever a evolução da qualidade de vida dos municípios das regiões metropolitanas, considerando apenas aqueles vinculados à categoria Político Administrativa de Região Metropolitana; e o terceiro foi identificar o posicionamento relativo dos municípios em cada um dos subíndices criados, buscando relações entre as dimensões onde o município estaria melhor ou mais mal classificado e a classificação geral em termos de MIQL-M", esclarece Mônica Kuwahara.

Dinâmica metropolitana - estudo

As regiões metropolitanas selecionadas para o estudo foram a de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Seguindo a ordem apresentada, tem-se a análise de cada uma das Mesorregiões Metropolitanas e sua classificação no estado.

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) está bastante próxima da Região Metropolitana de São Paulo e tem se apresentado como uma das mais dinâmicas no cenário econômico brasileiro. São mais de 2,8 milhões de habitantes, sendo que mais de 38% estão concentrados somente no município de Campinas. Em termos econômicos, a RMC ocupa importante posição tanto dentro do estado de São Paulo quanto nacionalmente, com robusto parque industrial, bastante diversificado, além de forte presença da agroindústria e de setores específicos e especializados ligados ao setor terciário. É na RMC que estão concentrados aproximadamente 85% da produção têxtil do país, assim como há a forte presença da indústria petroquímica e da produção de flores e frutas.

O setor agropecuário presente na região apresenta estruturas mais modernas, diversificado, com importante integração com os principais complexos agroindustriais brasileiros (cana-de-açúcar, laranja, carnes) e elevada participação na produção de produtos exportáveis ou destinados ao mercado consumidor urbano mais exigente e de maior poder aquisitivo e valor agregado.

Sua base produtiva congrega atividades modernas com forte componente tecnológico, com elevado grau de complexidade, e importante diversificação. A presença das universidades facilita as transformações locais e as intervenções que atraem empresas para a região.

Como resultado, além da forte integração com a região metropolitana de São Paulo (RMSP), a RMC possui dinamismo superior ao de muitas capitais nacionais, o que tem atraído um contingente populacional e tem provocado taxas de crescimento demográfico maiores do que as da RMSP, num forte processo de interiorização da economia. O componente migratório é uma das características da região com movimentos pendulares, uma vez que um grande contingente populacional se move em direção à região diariamente (ou da região para áreas limítrofes ou da RMSP).

Valinhos com índice de 0,8076, assumiu o primeiro lugar entre as cidades da Região, subindo quatro posições no estado - sendo a infraestrutura seu único indicador inadequado. É seguida de perto por Americana (2º), com 0,8055, que evoluiu 19 posições no estadual, e que precisa melhorar em educação e sobrevivência. A "principal" cidade da região, Campinas (3º), com 0,8028 - perdeu duas posições, sendo a terceira força, e com uma deficência latente em habitação, posicionada em 16º lugar no indicador.

Vinhedo (4º); Paulínia (5º); Santa Bárbara d’Oeste (6º); Indaiatuba (7º); Nova Odessa (8º); Jaguariúna (9º); e Pedreira (10º) fecham o top 10. Engenheiro Coelho, Elias Fausto, Monte Mor, Santo Antônio de Posse e Hortolândia se encontram nas piores posições, na metade inferior do ranqueamento de todas as dimensões e geograficamente, à margem da RMC. Esses municípios também se encontram na metade inferior do ranqueamento estadual.
Última modificação em Segunda, 04 Janeiro 2021 11:04
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