06 May 2024


O Movimento Constitucionalista de 1932 - 23 de Maio

Publicado em Luiz José M. Salata
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A vida dos paulistas foi modificada por um dos fatos mais marcantes da política brasileira acontecido durante a ditadura Vargas, pois o que era para ser apenas um comício acompanhado de pacífica manifestação contra o regime, acabou em tragédia.
Uma multidão reunida na Praça da República, em São Paulo, protestava contra o governo para pedir que o país voltasse a ter uma Constituição, pois Getúlio Vargas a tinha rasgado pelo golpe. Em resposta, a truculenta polícia do governo de forma desproporcional atacou a multidão, resultando dessa violenta intervenção na morte dos jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Com as mortes foi formada uma sociedade secreta com as iniciais MMDC, destinada ao combate à ditadura. Foi o estopim da reação paulista pois os mortos viraram heróis, iniciando assim um grande levante popular. O dia 23 de Maio, foi então marcado para sempre como o crivo de partida para a luta por nova Constituição, cujo intento foi liderado pelos paulistas.
É considerado o mais importante movimento cívico paulista ocorrido entre 9 de julho e 4 de outubro de 1932, durante 87 dias, visando a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas, como também a grande e última revolta armada em resposta à ditadura. O objetivo principal dos paulistas foi o da promulgação de uma nova Constituição para o país, em resposta à Revolução de 1930, implantada por Vargas que decidiu pela quebra da autonomia que os Estados brasileiros gozavam durante a Constituição de 1891, a segunda e republicana. Na primeira metade do século XX, o Estado de São Paulo experimentou largo processo de industrialização e enriquecimento devido à valorização do preço do café e da grande articulação do acordo da “política do café com leite” entre São Paulo e Minas Gerais, criada pelo Presidente Campos Sales, e os políticos desses estados que se alternavam na Presidência da República.
Mas, ocorreu o rompimento dessa combinação política, e o Presidente Washington Luis lançou Júlio Prestes como candidato, apoiado por grande maioria dos estados. Daí surgiu a candidatura de Getúlio Vargas que foi apoiado para a Presidência e João Pessoa para Vice-Presidente, pela Aliança Liberal por políticos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Em meio à grave crise econômica devido a Grande Depressão de 1.929, que derrubou os preços do café, Júlio Prestes do PRP foi eleito Presidente, em 1º de março de l.930, e Getúlio Vargas foi derrotado no pleito.
O assassinato de João Pessoa, sem conotação de crime político, foi a deflagração do movimento para impedir a posse de Júlio Prestes, tendo servido dita morte pelos adeptos de Vargas, como motivação de ter sido praticado por algum dos paulistas. No início de outubro de 1930, estoura a insurreição e no dia 24, os rebeldes deram o golpe liderados pelos militares do Rio de Janeiro, depondo o Presidente Washington Luis e, em 3 de novembro entregam o poder a Vargas. Desse modo, Getúlio Vargas que havia perdido as eleições para Júlio Prestes, “manu militari” assumiu o Poder com a Revolução de 1930, dissolvendo o Congresso Nacional e assim a ditadura foi instalada, impedindo a posse de Júlio Prestes, então Governador de São Paulo, derrubando ainda Washington Luis, que ocupava a Presidência da República Velha. Ainda invalidando a Constituição de 1891, retirou as garantias constitucionais.
Disso, aumentou a insatisfação popular pelo golpe, resultando na deflagração da Revolução de 1932, iniciada no “Dia 23 de Maio”. O restante da história todos sabemos da luta dos paulistas, pela discordância de tamanha arbitrariedade por parte de Vargas, o qual formou com alguns estados brasileiros uma grande força militar e política, assumindo o poder pela ditadura, governando através de decretos e sem qualquer fiscalização financeira e legislativa, pois dominou a todos. Valeu a luta que ficou marcada na história da bandeira paulista das treze listras, símbolo da Revolução Constitucionalista, cujo exemplo ficou marcado como grande e notável marca deixada pelos combatentes e pelos homens e mulheres que ativa e voluntariamente participaram desse glorioso evento cívico-político em favor da dignidade do povo do Estado de São Paulo.

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