05 May 2024


A Calçada de Lorena no Caminho do Mar

Publicado em Luiz José M. Salata
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A Calçada de Lorena nome dado em homenagem ao seu idealizador, Bernardo Jose Maria de Lorena e Silveira, nascido em 1756, diferenciada obra relegada pelo passado, não recebe o reconhecimento por sua real e indiscutível importância na ligação do litoral ao planalto (Cubatão/São Bernardo), nos idos desde 1792. A sua importância histórica  propiciou expansão comercial e desenvolvimento na época. Localiza-se nas encostas da Serra do Mar e substituiu  a precária picada existente  que, até então servia como único caminho, mesmo difícil, para aqueles que se dirigiam para o planalto, nos idos de 1726. O Governador e Capitão da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, comentava com o Rei D. João V, das dificuldades em manter transitável o caminho entre o litoral e o planalto, sugeria meios de se aproveitarem cavalos e escravos para o trabalho na melhoria do trajeto, conforme manuscrito do arquivo histórico ultramarino de Portugal. O projeto de construção surgiu pela ideia de Da. Maria I, Rainha de Portugal, à época chamada de Da. Maria, a Louca, mas que, pela previsão que teve, tal apelido não procedia por sua moderna visão. A história remonta a gestão do Governador da Província de São Paulo, Bernardo José Maria de Lorena e Silveira, fidalgo e administrador português, por quase nove anos, de 19 de agosto de 1788 a 28 de junho de 1797. Foi um excelente administrador pelas obras realizadas, pois tratou de melhorar tanto os centros urbanos como o interior da Província de São Paulo. Construiu o quartel na cidade, chafariz no Largo da Misericórdia, calçamento das ruas, o Teatro da Ópera e levantamento topográfico da capital. Atendeu o desejo da Coroa da Rainha Da. Maria I, na realização do projeto de construção da pretendida ligação. As medidas destinadas ao desenvolvimento da economia paulista, foram as de estabelecer o monopólio negocial do porto de Santos e a construção do caminho calçado na Serra de Cubatão, ligando assim Santos a São Paulo, causando assombro e justo motivo de espanto da população, pela ousadia. A particularidade da construção é que foi feita em zigue-zague, para vencer os desníveis de mais de oitocentos metros, o que causou admiração da população e dos estrangeiros, pela portentosa qualidade da obra Foi a primeira via pavimentada da América. É chamada de a Estrada da Independência, pois D. Pedro I, seguiu pela Calçada de Lorena de Santos para São Paulo, passando por São Bernardo pela atual Rua Marechal Deodoro, onde às margens do rio Ipiranga, em  7 de setembro de 1822, proclamou a Independência, marca principal para os são-bernardenses. A espetacular obra permitiu o grande progresso com o fluxo de negociantes entre os dois polos ligados estrategicamente por ela, portanto dando plenas condições de ampliação das relações entre o litoral e a capital, mas a Vila de São Bernardo localizada na passagem pela atual Rua Marechal Deodoro, na realidade foi muito bem favorecida e tornando-se um grande centro negocial. Ao tempo, a Calçada de Lorena foi abandonada pela construção de outros caminhos. Em 1922, o Governador Washington Luis a recuperou e construiu o Padrão de Lorena, em homenagem ao idealizador, com um mosaico de azulejos que formam o retrato de Lorena, justamente no ponto de encontro da Calçada de Lorena com a atual Estrada Velha do Mar, em um belvedere, onde se avista toda a baixada santista e as paisagens naturais da Serra do Mar, com um arco, e no topo uma pesada bola de pedra, com cruz em cima, de nome esfera armilar, símbolo das conquistas marítimas portuguesas, mas lá não mais se encontra, pois  foi furtada. Bernardo de Lorena, faleceu em 1818, em Lisboa, só e abandonado, como atualmente está a Calçada, e também os demais monumentos. Segundo informações da mídia e por edital publicado, ocorreu mudança de gestão pelo Governo do Estado de São Paulo, pois transferiu por trinta anos a exploração da Estrada Velha de Santos, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, com a concessão de uso do espaço Caminhos do Mar, com valor estabelecido e avaliado como encargo ao patrimônio histórico, cultural e ambiental para a manutenção da Mata Atlântica e os prédios históricos, inclusive da Calçada de Lorena. Quem sabe, doravante a população poderá usufruir das visitas para conhecimento e confirmação da incomensurável importância que, infelizmente ainda não foi dada a tão grandioso conjunto de obras e mesmo da Mata Atlântica. Vale uma visita nos trechos da Calçada de Lorena e uma leitura mais profunda sobre as suas particularidades.

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