02 May 2024

Publicado em Editorial
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   O Governo de São Paulo deverá utilizar uma ferramenta de inteligência artificial (IA), o ChatGPT, como parte da elaboração de aulas direcionadas a alunos dos últimos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede pública de ensino. Atualmente, os conteúdos são preparados por especialistas na área, ou seja, professores curriculistas. A informação foi veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.
   A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) esclareceu, por meio de nota, que, por enquanto, trata-se de um “projeto piloto” e ainda negou a possibilidade de deixar de fora os professores na produção das aulas.
   Inquestionavelmente, nos dias de hoje, não há como ter mais o ensino nacional sem o uso da tecnologia e suas diversas ferramentas, recursos ou equipamentos que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem. Se as tecnologias digitais antes da pandemia de Covid-19 já estavam ganhando tração, após a pandemia, elas praticamente se tornaram obrigatórias em todas as salas de aula.
   Os recursos educacionais digitais incluem uma série de ferramentas. São eles: videoaulas ou videoconferências; Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é um espaço digital utilizado por instituições de ensino presenciais e à distância para facilitar o processo de ensino-aprendizagem online; plataforma educacional, que é um sistema, software ou aplicativo digital que abriga conteúdos didáticos online e ferramentas pedagógicas; lousa digital, que além de servir para o registro de anotações, desenhos e cálculos matemáticos com a ajuda de uma caneta digital, a ferramenta permite a navegação por mapas, fotos, imagens em 3D, vídeos e áudios.
   Também há a Mesa Educacional, uma solução que contém blocos de letras, números e imagens e uma tela de computador conectada. Juntas, as peças criam uma experiência de alfabetização e letramento interativa; jogos educacionais digitais, para engajar as crianças e os adolescentes por meio de competições; LEGO Education, cujas peças de construção podem ser utilizadas em sala de aula ou em laboratórios da escola para estimular a criatividade e a cooperação em grupo, ensinar programação e até a desenvolver habilidades em STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Além dos dispositivos de realidade virtual e realidade aumentada, que podem oferecer experiências imersivas de aprendizado e os e-books.
   Muitos deles são indispensáveis nos dias de hoje, porém, em relação ao uso da inteligência artificial (IA) e do ChatGPT, talvez ainda não seja o momento de incluí-los no ensino.
   Evidentemente que ainda haverá testes antes da possível implementação, mas neste cenário, onde a elaboração das aulas pelos professores seria “revisada” e “aprimorada” pela IA com a inserção de novas propostas de atividades e informações, não deixa de ser relativamente perigosa.
   Na tecnologia de IA, apesar de estar, cada vez mais, ganhando espaço, é bastante comum que ferramentas como o ChatGPT e outras apresentem informações erradas ou distorcidas, pois como a base de dados do aplicativo é retirada de publicações avulsas da internet, as informações não são confiáveis, na sua totalidade.
   Entre outros aspectos negativos, isso também poderia levar uma situação de comodismo para os professores, que poderiam ficar em segundo plano, e até deixar de se dedicarem e pesquisarem tanto como fazem atualmente, para elaboração de aulas, posto que o ChatGPT faria a revisão e complementaria seus trabalhos. Será que isso não contribuiria para uma estagnação ou baixa qualidade no ensino? Portanto, é preciso estudo e muita cautela na implementação do ChatGPT, como parte da elaboração das aulas.

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