As eleições para prefeito se aproximam e com elas muitas movimentações em torno dos nomes dos pré-candidatos e apoios partidários. Apesar de a disputa ser a nível municipal, a influência do alinhamento político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometem ser intensas em diversas cidades.
Partidos que polarizaram a eleição presidencial de 2022 e donos das maiores bancadas na Câmara dos Deputados, PT e PL, filiaram diversos pré-candidatos para as eleições de outubro próximo. Assim, poderão se enfrentar em até 12 capitais.
O PL de Jair Bolsonaro, com as novas adesões, agora, tem pré-candidaturas em 19 das 26 capitais. O PT de Lula, que não elegeu nenhum prefeito de capital em 2020, tem pré-candidaturas em 16 das 26 capitais.
No ABC, os partidos possuem pré-candidaturas próprias em diversos municípios. O PL tem pré-candidaturas próprias em quatro das sete cidades. Em Santo André, com o vice-prefeito Luiz Zacarias (PL); em São Caetano, com o vereador licenciado Tite Campanella (PL); em Ribeirão Pires, na reeleição do prefeito Guto Volpi (PL); em Mauá, com o vereador licenciado Sargento Simões (PL). A legenda também irá apoiar, em São Bernardo a pré-candidatura de Alex Manente (Cidadania) e ainda indicar o vice, o vereador Paulo Chuchu (PL) e, em Diadema, apoiar a pré-candidatura de Taka Yamauchi (MDB).
Já o PT, tem pré-candidatos em todos os sete municípios da região. Em Santo André, a ex-vereadora Bete Siraque (PT); em São Bernardo, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT); em Diadema, José de Filippi Júnior (PT) busca a reeleição; o mesmo acontece em Mauá, com Marcelo Oliveira (PT); em São Caetano, o ex-deputado federal, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e um dos fundadores da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Jair Meneguelli; em Ribeirão Pires, o ex-vereador Renato Foresto (PT) e, em Rio Grande da Serra, o ex-prefeito e hoje secretário municipal de Relações Institucionais, Ramon Velasquez (PT).
A expectativa é de que tanto Lula quanto Bolsonaro se envolvam diretamente nas campanhas eleitorais em locais onde o confronto entre petistas e bolsonaristas for claro. O presidente Lula já revelou que reconquistar as Prefeituras de São Paulo e São Bernardo estão entre as suas prioridades nessas eleições municipais. Assim, é esperada a participação ativa do petista durante a campanha eleitoral, junto com outros nomes ligados a região, como o ministro e ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. Além do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Já Bolsonaro e sua esposa Michelle também são aguardados no ABC para atraírem votos dos bolsonaristas e de simpatizantes da direita.
Apesar dessa forte polarização, que deve influenciar diretamente os pleitos municipais, não se pode negar que a corrida municipal tem uma dinâmica diferente. Questões de âmbito nacional, geralmente, ficam em segundo plano e os candidatos exploram mais os problemas locais e as fragilidades dos seus adversários.
Também se deve levar em conta o histórico. Ainda que Lula, no ABC, foi o mais votado em Diadema, Mauá, São Bernardo, Rio Grande da Serra, obtendo no total, nas sete cidades, 805.826 votos, e Bolsonaro ter sido o mais votado em Santo André, São Caetano e Ribeirão Pires, obtendo 779.197 votos, a diferença entre os dois foi pequena, de 26.629 votos.
Outro fator importante, que pode influenciar, são os desdobramentos da política nacional que respigam nos eleitores, como a queda de popularidade de Lula apontada em algumas pesquisas, a inelegibilidade de Bolsonaro e a dicotomia, já enraizada na atual política brasileira, entre direita e esquerda, no que tange a pauta de costume.
Portanto, ainda que seja cedo para se mensurar o impacto e a influência de Lula e Bolsonaro nas eleições municipais do ABC, não se pode desconsiderar o peso que esses apoios terão para que tanto PL quanto PT conquistem o maior número de Prefeituras rumo às eleições de 2026.