02 May 2024

Publicado em Editorial
Avalie este item
(0 votos)

Mais uma atrocidade chocou os brasileiros, na segunda (27) de março. O que parecia ocorrer apenas distantemente, com maior incidência nos Estados Unidos, ocorreu no Brasil.
Quatro professoras e um aluno foram esfaqueados dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo. Uma das professoras, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu. O agressor foi um aluno de apenas 13 anos, que foi desarmado por professoras e apreendido por policiais.
Segundo um relatório publicado pela equipe de transição do governo federal, em dezembro último, 35 estudantes e professores foram mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no país. De 2000 a 2022 foram 16 ataques a escolas no Brasil, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.
Já nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos às escolas. Até maio de 2022, foram contabilizadas 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.
Ataques às escolas alertam para dois principais problemas que envolvem o universo dos jovens estudantes. Primeiramente, a violência escolar, que tem se tornado um fenômeno preocupante no Brasil. A escola é vista como um local de aprendizagem, desenvolvimento e formação intelectual, um espaço composto por segurança e proteção.
Porém, o convívio e contato com demais estudantes e professores acabam gerando uma atmosfera de tensão social e, com isso, casos de violência acabam sendo gerados, seja por bullying, agressão verbal ou física e vandalismo. Muitos deles, são bem comuns, mas acabam sendo menosprezados, pois, constantemente, são julgados como brincadeiras. Assim, é criada, tanto para professores quanto para alunos, uma atmosfera de medo e vulnerabilidade.
Além disso, outro problema chama atenção. A omissão dos pais na educação de seus filhos. O papel dos pais vai muito além de prover materialmente, é preciso cuidar da educação e saúde do filho, da formação emocional e da personalidade da criança.
E caso isso não ocorra de maneira efetiva, há sinais de alerta que demonstram que algo está errado e que precisa ser ajustado. Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo excessivo diante de telas de celular e tablets são alguns deles, tanto para crianças, quanto adolescentes. Uma criança ou jovem isolado, trancado no quarto, se mantém conectado e online a maior parte do tempo.
A internet é um ‘mundo aberto’ a diversas possibilidades, nem sempre adequadas para determinadas faixas etárias. Por isso, é preciso que os pais monitorem as redes sociais de seus filhos e acompanhem que tipo de conteúdo têm consumido quando estão online. A mãe do adolescente autor do ataque à escola na Zona Oeste de São Paulo, por exemplo, sabia que o filho conversava sobre "massacres escolares" com um colega nas redes sociais. Porém, mesmo assim, faltou ação para orientar o seu próprio filho.
A internet, contudo, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. Muitas vezes os pais verbalizam, perto de seus filhos, falas com alto teor de ódio, cunho racista ou fazem brincadeiras preconceituosas, ofensivas, na frente de crianças sem pensar no impacto que seus conteúdos possam gerar em seus filhos.
Portanto, a educação dos filhos, muito antes dos muros das escolas, começa em casa. É no ambiente familiar que os pais devem orientar, acompanhar, e até mesmo proibir tudo que possa interferir negativamente na formação das crianças e jovens. A prevenção ao bullying ou às agressões físicas ou verbais começa em casa. Não imputando, com omissão, às escolas resolverem todos os problemas de suas crianças.

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Santo André, 470 anos »

Main Menu

Main Menu