02 May 2024

Publicado em Editorial
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Episódios de ameaças, ataques e tensão relacionados às eleições têm se repetido com frequência no Brasil. A polarização política entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a perspectiva de disputa acirrada entre esses postulantes ao Palácio do Planalto tem desencadeado uma série de episódios de violência política.
O petista Marcelo de Arruda foi assassinado, em Foz do Iguaçu, no dia 9 de junho quando comemorava seu aniversário em uma festa de temática do PT; um ato com apoiadores de Lula na Cinelândia, no Rio de Janeiro, foi alvo, na noite de 7 de julho, de um artefato explosivo; um juiz federal, que decretou prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, teve seu carro atingido por fezes de animais, ovos e terra em Brasília. Esses são apenas alguns casos que têm ocorrido no país.
Falar sobre política está cada vez mais perigoso para os eleitores. Defender um ponto de vista ou se simpatizar com determinado candidato já virou risco de vida. Há um ódio exacerbado por qualquer pessoa que profere uma opinião contrária ou diferente. Parece difícil fazer com que se respeite a opinião contrária, sugerindo que pensar diferente seja motivo de raiva.
Ninguém é obrigado a concordar com o conteúdo da fala, do texto, com a opinião do outro, com nada, mas o não concordar também não autoriza, nem credencia para se fazer ou falar o quiser sobre o outro, muito menos fazer ataques pessoais.
Mas, os alvos principais dos ataques continuam sendo a imprensa e os jornalistas. A jornalista Vera Magalhães, colunista de O Globo e âncora da TV Cultura, foi ofendida pelo deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), durante o debate de candidatos ao governo de São Paulo, na terça (13).
Ataques a jornalistas e meios de comunicação vêm aumentando e pioram em período eleitoral. As tentativas de intimidação ocorrem, não importa o partido do político. Seja ao negar responder uma pergunta, respondê-la de maneira agressiva, ou que exponha o jornalista na frente dos demais colegas de profissão, seja respondendo com desdém quando o questionamento não lhe é favorável ou ainda enviando recados intimidadores.
Exemplos como esses evidenciam a ignorância, o machismo e a covardia de quem se compraz em agredir profissinais jornalistas do sexo feminino. Essas ações intimidatórias, que humilham as jornalistas das formas mais virulentas, tentam silenciá-las e, ao mesmo tempo, buscam encobrir os verdadeiros pontos fracos dos seus agressores.
É preciso dar um “basta” a esse abuso de poder. Liberdade de expressão não pode ser confundida com liberdade de agressão. A imprensa é livre e deve continuar assim, para continuar sendo um dos pilares da democracia.

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