O isolamento social e as demais medidas restritivas que vigoraram durante quase dois anos da pandemia de Covid-19, geraram um forte impacto negativo na população e evidenciou, mais do que nunca, a importância da atividade física e dos hábitos bons para manter uma vida saudável, com equilíbrio físico, intelectual e emocional.
A emergência sanitária obrigou a um pormenorizado relevamento da função insubstituível da atividade física e do esporte no desenvolvimento integral do ser humano. Atento a essa nova prioridade da população, muitos políticos também entraram na onda da qualidade de vida e dos esportes.
No ABC, nunca se falou tanto neste tema e, nos governos locais, também é notória a preocupação e atenção dos prefeitos locais em ações pontuais para a área dos esportes.
Santo André, recentemente, foi condecorada com o título de “Cidade Sul-Americana do Esporte”, um selo de excelência de gestão concedido pela Aces Europe, instituição ligada à União Europeia, por meio do Parlamento Europeu. Porém, a cidade não avançou muito além de ações como o ‘Domingo no Paço’ e das ciclofaixas. Alguns equipamentos esportivos foram recuperados, como o Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia. A piscina foi reformada, mas passou quase um mês sem reparo na caldeira de aquecimento, o que deixou a água gelada, em plena temporada de frio, impossibilitando, principalmente, idosos de fazerem as aulas de natação. Além disso, nos vestiários não há itens básicos de higiene, como papel higiênico, papel toalha e sabonete.
O acesso às mais variadas modalidades, também defendido como uma grande bandeira do governo, acaba sendo seletivo, o que impede o município de ficar “no alto do pódio”. O quadro de atletas da cidade está desfalcado por falta de incentivo e apoio da Prefeitura. Na modalidade de skate, por exemplo, esporte que virou 'queridinho' nos Jogos Olímpicos de 2021, o atleta de Santo André, Giovanni Vianna, foi para Tóquio, mas sem receber nenhum apoio ou incentivo da Prefeitura. Já outros atletas, tais como Raicca Ventura e Ítalo Penarrubia, não foram porque também não tiveram seu potencial olímpico reconhecido pelo governo municipal.
Em São Bernardo, o atual governo também tem valorizado a qualidade de vida e prática esportiva. Desde 2017, no início do governo Orlando Morando, o programa Praça-Parque já foi implementado em 53 pontos da cidade. Além disso, foi revitalizado o Complexo Esportivo do Baetão, que passou a oferecer aulas de natação para quem não sabe nadar, deficientes e idosos, atendendo mais de 1,5 mil pessoas por mês. Além disso, também foi inaugurada arena de esportes no Riacho Grande, para as modalidades de beachtennis e futevôlei. Porém, ainda falta mais incentivo aos atletas de alto rendimento. Nas Olimpíadas de Tóquio, por exemplo, apenas dois atletas foram representar o município, os nadadores Etiene Medeiros e Matheus Gonche, que representaram São Bernardo por meio de parceria com o Sesi-SP.
Já São Caetano é a cidade do ABC que mais brilha nos esportes, principalmente na área do taekwondo e do tênis de mesa. O município possui sete mesatenistas na seleção brasileira: Bruna Takahashi, Caroline Kumahara, Laura Watanabe, Eric Jouti, Vitor Ishiy, Gustavo Tsuboi e Hugo Calderano. Outra atleta, Giulia Takahashi, é a terceira do mundo na categoria de base. Já os atletas do Taekwondo conquistaram, por exemplo, mais de 17 medalhas em Grand Slam para a formação da Seleção Brasileira. A Prefeitura também reformou e revitalizou pista de skate, no Centro; fez pintura externa no Ginásio Milton Feijão e nos centros esportivos Victório Dall’Mas e Luis Baraldi; reformou as piscinas do Victório Dall’Mas, entregou o Centro Esportivo do bairro Prosperidade, fez a troca de iluminação do Complexo Aquático Leonardo Sperate e, na última semana entregou um novo parque, denominado Província de Treviso.
O incentivo à prática de atividade física já virou bandeira de governos municipais e até de candidatos nas eleições de outubro, mas ainda falta, e muito, o reconhecimento e apoio aos atletas profissionais da região.