02 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Um dia muito esperado pelas moças que estavam sem namorado. Véspera de Santo Antônio: o protetor das moças que queriam se casar. Pelo menos era assim há muitos anos. Era uma tradição que nós, meninas jovens, a curtíamos, esperando que se confirmasse o nome daquele com que sonhávamos.
Eu morava na Rua João Pessoa, e reuníamos na véspera de Santo Antônio, as amigas vizinhas: Tavares, Pasin, Bellinghausen, Guazzelli, Margonari e Ferreira. E íamos fazendo as simpatias. No nosso quintal tínhamos pés de bananeira. Cada uma que estivesse presente pegava uma grande faca e a enfiávamos no tronco da bananeira. No outro dia, a “letra” que aparecesse na faca, era do futuro namorado. Outra: em um copo com água colocávamos uma clara de ovo fresco. Depois, se aparecesse um “véu” ou uma “torre de igreja”, casamento na certa.
E dos papeizinhos com o nome dos rapazes para quem arriscávamos um rabo do olho? Fazíamos cinco papeizinhos com os nomes dos escolhidos. Púnhamos em baixo do travesseiro. Pela manhã, o primeiro que pegávamos era ele. Às vezes a gente olhava e pegava outro... kkkk, pois aquele não nos agradava. Também podíamos coloca-los num prato fundo com água e deixar a noite no sereno. O que estivesse aberto pela manhã, seria ele...
Uma amiga do Rio, a Leilah, me ensinou uma que não conhecia. Disse que iam guardando as cascas de laranja, sem que as quebrassem, e na véspera do santo, as rodavam no ar, falando o abecedário. Quando ela se quebrava, era essa a inicial do nome. Já pensaram quem gostasse dum Urbano ou Ziraldo? Ia ser difícil...
Podíamos pegar uma vela, acendermos, e sobre um prato com água, ir deixando pingar a parafina derretida contando os números da idade do amado. Os pingos que se uniam podiam formar a “ inicial” de um nome. Se não fosse do esperado... que tristeza...
Muitas simpatias eram feitas com a imagem do Santo Antônio. Até era vendida uma imagem que dava para tirar o menino Jesus. E diziam: Só devolvo o menino quando o senhor me arrumar um namorado.
Outras com ele: Colocavam de cabeça para baixo, trancados no armário (tenho amiga que o santo deve estar lá até hoje) e uma que me contaram que o punham dentro de uma balde com água. Acredito que se demorasse muito para um pretendente aparecer, ele se desfazia na água.
Enfim, são muitas as simpatias usando velas, fitas, etc. Uma das tradições também, é o pãozinho de Santo AntÔnio. Tenho-os secos, embalados, nos meus recipientes de arroz e feijão. Um deles diz; Dona Didi, muitas bênçãos de Santo Antônio em vossa vida. Outro: Benções e Fartura. E assim eles veem com uma mensagem de amor. Assim como recebo sempre um fresquinho para tomar com meu café com leite.
A maioria das igrejas estão com suas quermesses. Comidas típicas, quentão e vinho quente. Brincadeiras para as crianças. Participe.
Dia 12 de junho também teremos a tradicional Serenata dos Namorados, às 18 hs, na Vila Gonçalves, em frente ao Teatro Martins Pena. Violeiros e o grupo CUGA cantando.
Espero que os amigos contem para seus netos sobre essas nossas tradições, para que elas não se percam totalmente.
E viva Santo Antônio!
Um abraço, Didi

Folha Do ABC

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