03 May 2024

Publicado em TITO COSTA
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A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929 desdobrou-se em uma depressão econômica mundial que trou-xe verdadeiro desastre para o Brasil, especialmente São Paulo, nocauteando a cafeicultura paulista. E a quebra teve também reflexos políticos, na época: provocou a revolução de 30, que trouxe Getúlio Vargas para o palco dos acontecimentos, afastando do governo da república o presidente Washington Luiz, exilado compulsoriamente, levando de roldão seu sucessor Júlio Prestes.  
Agora, por aqui, nova crise, novos ingredientes, personagens novos em cena, tudo apontando efeitos diretos para nossa economia. Nos tempos da crise de 1929 os humoristas de plantão fartaram-se em gozações, como um certo Juó Bananere (João Bananeira), pseudônimo de um engenheiro paulista chamado Alexandre Ribeiro Marcondes Machado que escrevia crônicas no jornal O Estado de S. Paulo satirizando pessoas e fatos da época. Escrevia em italiano macarrônico, dizendo coisas que tinham graça para aqueles tempos, merecendo até hoje estudos e análises de um tipo de literatura que fez sucesso, merecendo entre outros um estudo interessante da professora Sylvia Helena Telarolli de Almeida Leite com enfoque sobre a caricatura na literatura paulista - 1900/1920 (Editora da UNESP, SP/1996).
Esse Juó Bananere era um gozador e sobre a crise do café, resultante da quebra de 1929 escreveu: “... Já quebrou uns fazendero/assim que o governo qué/tamo todos sem carreira/com a baixa do café/acabô o movimento/até lá pra noroeste/povo todo tão gritando: a curpa é do Julio Preste!/Quase todo fazendero/andava de Chevrolet/já tão andando a cavalo/com a baixa do café/aqueles grande banqueiro/cheio da libra esterlina/encosto carro de lado/por farta da gasolina!”.   
A crise de agora está quebrando empresas  como tem sido noticiado na imprensa. Políticos presos, empresários também, numa devassa que já tardava sob responsabilidade de Polícia Federal e da Justiça. Por aqui, ao contrário do que dizia o Juó Bananere, não se está andando a cavalo, por enquanto, em razão de certa facilidade da oferta de venda de carros novos e semi-novos. Aliás, também nesse item, a crise se abateu, com a queda também no comércio de veículos.  Apertar os cintos, diminuindo gastos, acabar com tantos desperdícios, pois afinal, estamos numa encruzilhada histórica com excelente oportunidade para passar a limpo o Brasil: politicamente, economicamente, decentemente, patrioticamente.
Temos agora nova crise com o presidente Bolsonaro doente. Isso pode ajudar, mas ele tenta dissimular preocupação com a pandemia que chegou até ele. É um dos líderes no mundo, hoje com o vírus que tomou conta dos países, mas ele continua afirmando que está bem, apesar do resultado positivo do Covid -19.  Mesmo assim, ele segue “sendo o exemplo vivo da negação” pois, infectado com a doença da moda no mundo todo, continua a fingir que o mal não lhe trará dificuldades para continuar (des) governando este infeliz Brasil. Até quando ?

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