03 May 2024


Ligia Volpi: "É fazer por amor à gestão, à cidade, ao munícipe”

Publicado em Social (Gente & Fatos)
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 A eterna primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Ribeirão Pires, Ligia Volpi, em entrevista exclusiva à Folha, destaca que em 2022 foram arrecadadas 400 toneladas de alimentos, foram distribuídas 5 mil cestas básicas e entregues 75 mil peças de roupas à população em situação de vulnerabilidade social. Também conta sobre os projetos , cursos oferecidos e revela sobre como foi trabalhar com o marido, o ex-prefeito Clovis Volpi (PL), e, agora, como é com o filho, o prefeito Guto Volpi (PL). Confira.

Folha do ABC- Quais as ações e campanhas estão previstas para o Fundo Social de Solidariedade de Ribeirão, neste ano?

Ligia Volpi - As campanhas são pontuais e adotamos o calendário do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo para as ações ficarem compatíveis. Temos, por exemplo, a Campanha de Agasalhos, no inverno. Ainda não temos a programação oficial. Aconteceu essa catástrofe do litoral que mobilizou todo mundo. Então, estamos aguardando um posicionamento.

   Na cidade, temos, sempre, arrecadação espontânea. As pessoas vão até o Fundo Social e fazem doação. Arrecadamos para São Sebastião seis toneladas de alimentos, em praticamente uma semana. E fiz triagem de tudo que recebemos. Também arrecadamos alimentos pets, ração. Infelizmente, ainda vêm sapatos descolados, rasgados, lençol rasgado, alimentos vencidos. Então, temos que mandar o que está pronto para ser distribuído.

Folha - As arrecadações beneficiam quantas pessoas?

Ligia - A arrecadação é feita o ano inteiro. Estamos sempre preparados para socorro. Nunca estamos zerados. Em 2022, arrecadamos 400 toneladas de alimentos, 5 mil cestas básicas foram distribuídas e 75 mil peças de roupas. Tudo isso distribuído em entidades, igrejas. Atendemos todo mundo. Tudo está separado, por triagem. Em janeiro último arrecadamos 19 toneladas de alimentos e 200 cestas básicas foram distribuídas.

   Estamos adotando um cadastro, também, para comparar com o das igrejas que ajudamos, para evitar a duplicidade de retirada, porque acontece e, às vezes, outra pessoa que precisa fica sem retirar. Cada igreja tem em média 58 famílias, 60 dependendo do bairro que elas estão e contribuímos, também. É difícil chegar num número porque atendemos igrejas católicas, evangélicas, entidades, entre outros.

   Também recebemos ajuda da nossa parceira, a Coop, na retirada dos alimentos hortifrutis todos os dias. Todos os alimentos que eles avaliam que não podem entrar para a banca, eles nos enviam. Fazemos uma triagem para mandar o que está em melhor estado, próprio para uso. Não distribuo para bairros, distribuo para as 40 entidades parceiras.  E por meio dela, também recebemos ração. Lidamos com idosos, dependentes químicos, crianças. Então, eles consomem tudo dentro da validade.

Folha - Quais os outros projetos desenvolvidos?

Ligia - Além da arrecadação, também temos cursos. Agora, em andamento, temos o curso de sabonetes, e o curso de elétrica. Nossa finalidade é capacitar mulheres e homens, junto ao Senai e Sebrae. Então, eles saem com um certificado de respeito, de credibilidade. Para estimular que mulheres possam fazer sabonete em casa, ou estimular para que se juntem e façam um tipo de trabalho. Elétrica, as mulheres fazem também, pois às vezes o casal quer trabalhar junto.

   Estamos em contato com o Senai e o Sebrae para trazer outros cursos. Só dependemos da grade deles para fechar conosco. Pretendemos oferecer o curso de culinária, costura, que é sempre um sucesso, e, no ano passado, tivemos cursos maravilhosos, como moda praia, plus size, costura reta. Então estamos estimulando as mulheres a fazerem um trabalho, a aprenderem e terem como gerar renda.

   E muitas vêm pela convivência. É curioso como mudam, ficam diferentes. Estão convivendo juntas, trocam ideias, têm acolhimento. É muito importante a convivência também, tem muita gente depressiva que depois sai socialmente melhor, já conversando, brincando. A capacidade média dos cursos é de 16 pessoas, em dois turnos, o ano todo.

   Em 2022, tivemos perto de 600 formandos. Isso porque começamos um pouco mais tarde por conta da pandemia. Estamos sempre em parceria com as entidades. Ajudamos o pessoal do Jardim Luz, que pegava aula de voluntárias, doamos máquinas de costura, retalhos. Estimulamos sempre que se faça alguma coisa. Nunca é tudo sozinha. Não tenho pretensão de ficar só eu em evidência, eu ajudo quem já tem um projeto que possamos ajudar a viabilizar, é parceria sempre, dividir é multiplicar.

 

Folha - Com a experiência que senhora tem ao longo de anos no trabalho social, avalia que houve mudança? A situação piorou depois da pandemia?

Ligia - A maior dificuldade é no relacionamento. As pessoas ficaram mais rudes. São mais imediatistas, não é pra hoje, é para ontem. A pandemia mexeu muito com as pessoas, abalou muito. As pessoas cobram. Temos que ter paciência e a necessidade de cada um. O que dá para resolver, resolvemos, mas nem tudo depende de nós. Busco correr atrás das parcerias com cursos que “dão a vara” para ensinar a pescar.

 

Folha - A sra. trabalhou com o marido, o prefeito Clóvis, e agora, o filho Guto. Algo inédito no ABC em relação a outras Prefeituras.

Ligia - Fato inédito. Sempre trabalhei com o Clóvis, mesmo quando ele era vereador, ajudamos sempre de forma anônima praticamente, mas sempre ajudando. Quando ele se tornou prefeito, com o Fundo Social, fui ganhando experiência. É um cargo voluntário, não existe remuneração. É fazer por amor à gestão, à cidade, ao munícipe, o que você puder fazer para que isso melhore ou minimize os problemas das pessoas, fazemos de coração.

   O meu filho cobra mais, acho, do que o meu marido. Ele está sempre mais atento, mas nunca tivemos nenhum problema.

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