18 May 2024


Rosangela Moro: "A Lava-Jato está no meu DNA, não tenho como me dissociar dela”

Publicado em Eleições
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A advogada, esposa do ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro, e candidata a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil) cumpriu agenda no ABC, na sexta (16) e visitou a Redação da Folha.

Em entrevista exclusiva, Rosangela contou que ficou surpresa pelo fato do marido ter tido indeferido o processo de mudança de domicílio eleitoral. “Não é usual, é uma decisão diferente do que foi dado a outros candidatos que também não são naturais da cidade de São Paulo. A decisão foi dada, ele optou por não recorrer e, com isso, ele já pode seguir, na época, na pré-candidatura ao Senado pelo Paraná”, revelou. A advogada também havia sofrido duas impugnações por suposta ausência de domicílio eleitoral em São Paulo, mas na última semana, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aprovou, por unanimidade, o pedido de registro da candidatura.

Sobre a Lava-Jato, maior operação de combate à corrupção na história do país, que acabou sendo dissolvida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em fevereiro de 2021, Rosangela avalia que o legado do marido precisa ser continuado. “A Lava-Jato representa muito mais do que uma operação, que envolveu investigação por crimes e condenou, ela é muito mais do que isso. A Lava-Jato é um sopro de esperança para os brasileiros e representa o fim da impunidade, que a lei pode ser sim aplicada para todos. Nunca na história do nosso país se viu uma pessoa poderosa economicamente ou politicamente sofrer consequências da lei, como ter que ser, porque a lei tem que valer para todo mundo”, explica.

Segundo Rosangela, a decisão do então juiz Sergio Moro, foi confirmada pelo TRF-4, pelo STJ e pelo STF. “Num determinado momento, o STF disse que não podia ter julgado em Curitiba e sim em outra jurisdição, como se voltasse, por exemplo, se você estivesse na página 100 de um livro, e falasse: vamos voltar para a página 40. E o que vai acontecer? Então, vão conseguir interpor todos os recursos dos desembargos e vai acabar em pizza. Vai acontecer o que conhecemos de prescrição. Não há tempo hábil para você voltar para as páginas anteriores e fazer todo o trabalho de novo”, afirma. Para a advogada a anulação de processos da operação representou um “desserviço” para o país.

Rosangela diz estar “absolutamente frustrada” com o Brasil. “Vivi a Lava-Jato na minha casa. Sei o quanto de trabalho envolveu. Sei o quanto o Sergio se dedicou. Sei o quanto o país precisa de juiz que, depois, não sofra represália. Por você acha que algum outro juiz vai ter coragem de fazer o que é certo, de aplicar a lei doa a quem doer, depois de toda a represália que ele tem? Não vai ter. Então, acho que isso é um desserviço e temos que resgatar, não a Operação Lava-Jato em si, mas tudo que ela mostrou, porque a Lava-Jato mostrou que é possível fazer um país melhor. A Lava-Jato está no meu DNA, não tenho como me dissociar dela”, conta.

A advogada ainda conta que seu interesse pela política surgiu pelo seu trabalho desenvolvido no Terceiro Setor. “Desde 2009, trabalho com o Terceiro Setor, que é política pública. Implementamos política pública, por meio das entidades não lucrativas, atuando onde o Estado não chega. O que sentia de dificuldade e até um pouco de frustração é que as organizações fazem todo um trabalho e, daí é preciso um parlamentar e, nem sempre, você consegue convencê-lo de que vale a pena colocar em discussão. Quero estar do lado de dentro, porque estou cansada de ver as políticas públicas apresentadas pela sociedade nas gavetas”, diz.

Bancada lavajatista

Rosangela acredita que seja possível montar uma bancada lavajatista no Congresso Nacional para a volta do combate à corrupção. “Vamos trabalhar para isso. Vamos poder dar os passos depois que for definida a nova composição na Câmara, que temos que aguardar o resultado das eleições, mas já há movimentos neste sentido, inclusive encabeçado por aquele movimento “Vem para a Rua”, a carta dos 200+, parlamentares candidatos, que assinaram a carta assumiram publicamente o compromisso de fim de foro privilegiado, combate à corrupção”, afirma.

Bandeiras

Além da pauta anticorrupção, Rosangela defenderá na Câmara, caso seja eleita, as bandeiras do Terceiro Setor, principalmente voltadas às pessoas com deficiência e doenças raras, as quais têm trabalhos desenvolvidos e ainda a pauta das mulheres. Segundo a candidata, há no país 13 milhões de pessoas com alguma das doenças e estão catalogadas no Brasil cerca de 8 mil doenças raras, mas só há 48 protocolos aprovados no SUS e apenas uma Portaria. “Obviamente. Sem prejuízo de outras pautas, porque o parlamentar participa do debate de outros projetos”, conta.

 

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