06 May 2024


Novos Medicamentos para a doença de Alzheimer

Publicado em Renato Anghinah
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   O campo da terapêutica da doença de Alzheimer (DA) é sendo redefinido pela aprovação e integração nos cuidados clínicos de anticorpos monoclonais anti-amilóides (MABs).

   Anticorpos são proteínas produzidas no nosso organismo que ajudam o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e câncer através do reconhecimento de antígenos (agentes agressores). Com o avanço da biotecnologia, se tornou possível produzir em laboratório anticorpos monoclonais, ou seja, específicos para uma única região específica deste agente agressor. Mais recentemente, os anticorpos monoclonais também têm sido aplicados de forma promissora na terapia de diversas doenças, e nos últimos 2 anos vêm sendo utilizados na tentativa de frear ou ao menos desacelerar a doença de Alzheimer.

   Dois MABs foram aprovados pelo FDA (agência regulatória, que seria a ANVISA dos Estados Unidos) – o lecanemab (Leqembi®) e aducanumab (Aduhelm®). e outro MAB (donanemab) está em processo final para a sua aprovação.

   Estes medicamentos reduzem a quantidade de placas Beta-Amiloide no cérebro, o que seria o ponto chave da causa da doença de Alzheimer, porém a  desaceleração da doença em si foi muito modesta e de outras manifestações clínicas, como o risco de edema (inchaço) e/ou sangramento cerebral podem ocorrer, sem falar no alto custo mensal do tratamento, que gira em torno de 4 a 5 mil dólares.

   Por estes motivos , apenas o FDA ( EUA), aprovaram o seu uso, o que nao ocorreu com agências europeias e mesmo com a ANVISA.

   Isto não significa que não há nada a ser feito em relação à doença de Alzheimer.

   Há cerca de 30  anos, contamos com medicamentos que não mudam o curso da doença, mas ajudam na qualidade de vida dos pacientes. Estes medicamentos são mais úteis, quando utilizados nas fases iniciais da mesma. São os inibidores da enzima Acetilcolinesterase, cujas substâncias (nome genérico) são rivastigmina, donepezila ou galantamina. Há uma outra medicação para as fases moderadas e avançadas da doença, a Memantina.

   Mas o mais importante, é que se você ou algum familiar apresentar algum sinal de esquecimento mais pronunciado e constante, principalmente acima dos 60 anos, não deixe procurar um médico, e de preferência que seja um especialista nesta área.

   As novidades, tanto diagnósticas como terapêuticas, vêm ocorrendo em velocidade fenomenal nos últimos anos e um especialista na área, fará muita diferença para o cuidado adequado do paciente.

   Portanto, este artigo não tem a intenção de jogar um balde de água fria nos leitores, mas colocar a real situação destes medicamentos.

   Se olharmos pelo lado otimista, os MABs representam um enorme avanço da ciência em direção ao tratamento da doença de Alzheimer, mas no momento, são a luz de esperança no fim do túnel escuro, que ainda temos que atravessar.

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