05 May 2024


Enzo Ferrari -14 de outubro 1928 -11 de agosto de 2023

Publicado em Luiz José M. Salata
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O querido Dr. Enzo Ferrari faleceu, nesta sexta (11), aos 95 anos, de causas naturais, deixando-nos para o descanso eterno. Era ítalo-brasileiro, afamado médico que durante 65 anos clinicou na cidade de São Bernardo e região. Nascido em Módena, Regione da Emília Romagna, da Itália, Filho de Victória e Andréa Ferrari, tendo vindo para o Brasil com a família em tenra idade.
Ele e seus pais foram para Vila Eliziário, perto de Aricanduva, por um ano, e após vieram para São Bernardo, onde o pai montou um armazém de secos e molhados na Rua Marechal Deodoro. O tempo foi passando e diante da insistência da mãe para que estudasse medicina, entusiasmou-se, ingressando na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Formado na Turma de 1953. Especializou-se em pediatria e puericultura, seguindo bravamente para o interior de Minas Gerais, para cumprir carreira de médico na cidade de Campina Verde. Não tardou muito, pois lá ficou um ano, deixou a cidade e veio para São Bernardo, passando a clinicar e com arrojadas ideias na área médica, foi um dos fundadores do Hospital São Bernardo com seu amigo Fausto Figueira de Melo. Em 1955, casou com Orieta, formando um belo casal, cuja esposa muito o ajudou e entusiasmou na profissão.
Inicialmente, o hospital funcionava na Rua Terezinha Setti, posteriormente, em 1958, foi transferido para a Avenida Lucas Nogueira Garcês, no Jardim do Mar Nesse mesmo ano, com outros amigos que formavam uma classe médica atuante e imbuídos dos esforços para uma constituição representativa, em 25 de novembro de 1958, fundaram a Sociedade Médica de São Bernardo, que deu origem à Regional da Associação Paulista de Medicina. O objetivo principal foi o de manterem-se atualizados e reciclados, com a realização de cursos e conferências. Foi eleito Presidente da primeira diretoria. Ocupou a Presidência da Fundação do ABC, mantenedora da Faculdade de Medicina do ABC, sendo o segundo Presidente da entidade. onde lecionou de novembro de 1969 a novembro de 1971.
Quando o saudoso Prefeito Geraldo Faria Rodrigues assumiu a Prefeitura de São Bernardo, em 1973, aceitou o desafio para assumir a Secretaria de Saúde, idealizando dentre outras obras a Maternidade junto ao Pronto Socorro Municipal. Recebeu várias honrarias da Câmara Municipal, em 1999, o Título de Cidadão Benemérito; no ano de 2001, recebeu a Medalha do Imigrante Italiano e seus Descendentes, da Comissão presidida pelo Vereador Hiroyuki Minami, que concede aos italianos e descendentes que se destacam na atuação para o progresso da cidade; e no ano de 2006, o Título de Cidadão São-Bernardense.
Dentre muitas outras da área médica, da Associação Paulista de Medicina de São Bernardo; do Hospital São Bernardo pelos 58 anos de fundação, pela dedicação e trabalho; em 2001 e 2006, do Rotary Clube de São Bernardo; nome do Centro de Estudos na sede da Associação Paulista de Medicina de São Bernardo e homenagem da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo, pela dedicação à saúde da mulher. Em 2010, lançou o livro “Minha História”, contando passagens de sua vida, desde os primeiros tempos, em homenagem à memória de Orieta, a falecida esposa. De todo o tempo na cidade, ficou conhecido para os italianos como sendo o médico que permitia o paciente tomar vinho, um copo no almoço e outro no jantar, e mais um fazendo de conta que o médico não sabe, foi um sucesso e um grande aumento de visitas dos oriundi para sacramentar a permissão. Sempre com vitalidade, bom humor e acima de tudo com delicadeza e simplicidade no trato e convivência com a sua família e a infinidade de amigos e pacientes. Com galhardia e dedicação nos cargos ocupados e o grande sucesso na profissão que foi percorrida com extrema dedicação, seguiu à risca o juramento de Hipócrates.
É considerado o jequitibá de São Bernardo, fato que confirma toda a sua disposição para a vida. Foi uma das grandes revelações dos membros da imigração italiana daqueles que muito contribuíram para o progresso e desenvolvimento da cidade e do país. Exerceu por muitos anos a função de articulista do semanário Folha do ABC escrevendo artigos semanalmente sobre interessantes temas e manteve atendimento na clínica particular na Rua Bering, com especial atenção aos menos favorecidos.
Foi casado com Orieta Mauri Ferrari, com quem conviveu 55 anos, e com ela teve as filhas: Raquel Maria Ferrari Aversa, casada com César Aversa, Silvana Maria Ferrari Souza Brasil, casada com Pares Pompeu e Heloísa Maria Ferrari Arsuffi, casada com Agnaldo Arsuffi, e os netos: Thomaz, Júlia, André e Arthur, os bisnetos Stella e Leonardo. Os familiares, amigos, clientes e os membros da colônia italiana lamentam muito o seu passamento, e mais principalmente os amigos da Sociedade Cultural Brasilitália onde era associado muito participativo e considerado um renomado consultor em todas as áreas da vida humana. Deixa um grande exemplo, bem como legado, pela incansável dedicação em favor do próximo através da prática da medicina que exerceu durante toda sua existência.

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