No dia cinco de maio é celebrado anualmente a homenagem aos membros que formaram a FEB - Força Expedicionária Brasileira, homens e mulheres da força militar que lutou na Itália ao lado dos Aliados e contra o Eixo, Alemanha, Itália e Japão. Dita data foi instituída através da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, regulamentando o artigo 178 da Constituição Federal, que dispõe sobre os combatentes da segunda guerra mundial, que participaram das operações bélicas como integrantes da Força do Exército, da Força Aérea Brasileira e da Marinha de Guerra e Mercante, especialmente da Força Expedicionária Brasileira. Em 1939, com o inicio do conflito do bombardeio imposto pelos japoneses em Pearl Harbor, no Havaí, numa base aérea americana e sem qualquer razão, o Brasil manteve-se neutro, visto a política de Getúlio Vargas de não se definir por nenhuma das grandes potências, ficando assim no aguardo do seguimento da posição dos demais países.
No ano de 1942, o governo brasileiro e dos Estados Unidos acertaram a cessão de bases aéreas na ilha de Fernando de Noronha e ao longo da costa norte-nordeste para suporte nas evoluções americanas na região. A partir de então, o Eixo no mês de agosto, passou a torpedear os navios mercantes brasileiros por submarinos, numa ofensiva que visava isolar os ingleses para impedi-los de receber suprimentos, equipamentos, armas e matéria prima, exportados pelos americanos. Essa ofensiva do Eixo também visava amedrontar o Brasil, para se manter neutro no conflito, cuja posição era propagandeada pelos simpatizantes fascistas brasileiros, pejorativamente conhecidos pela população de Quinta Coluna, e que espalhavam boatos de que esses ataques seriam dos anglo-americanos. No entanto, a população brasileira não se deixou confundir, pois comovida pelas mortes de civis impostas por esses ataques marítimos e mais pelos pronunciamentos provocativos e arrogantes impostos pela Rádio de Berlim, não restou alternativa de Getúlio Vargas em oficializar a adesão aos Aliados, declarando guerra ao Eixo. Assim, foi concebida a FEB – Força Expedicionária Brasileira, através da Portaria Ministerial nº 4744, de 13 de novembro de 1943, formando uma força militar aeroterrestre constituída por 25.834 homens e mulheres, por uma divisão de infantaria completa, 1ª. DIE, Divisão de Infantaria Expedicionária, uma esquadrilha de reconhecimento e um esquadrão de caças.
Por curiosidade, cabe relembrar a motivação do símbolo da FEB, como o de uma cobra fumando com um cachimbo, como sendo uma resposta às críticas, pois a parte dos pessimistas que alardearam que o Brasil não teria capacidade de ir à guerra, ou seja, só se a cobra fumasse. Por isso, a resposta foi dada com a introdução do símbolo como marca da FEB, nos uniformes e equipamentos. A FEB atuou na campanha da Itália nas duas últimas fases, o rompimento da Linha Gótica e a ofensiva final nas Batalhas de Montese e de Monte Castelo, com contribuição muito elogiada pela forte e vitoriosa atuação militar. Contudo, as baixas foram consideráveis nos 239 dias de combate, com 454 mortes do Exército, e 5 pilotos da Força Aérea, duas mil mortes por feridos em combates e mais 12.000 baixas por mutilação e diversas causas incapacitantes para continuidade. Em seis de junho de 1945, com a recusa do governo em prosseguir na invasão da Áustria, a FEB foi extinta, pois cumprindo a finalidade militar conforme ficou definido por ocasião do conflito. Foram formadas Associações de Veteranos e Ex-Combatentes visando a representação aos Pracinhas, através de concessão de pensões e outras benesses para aqueles que tão bem representaram o país.
Os italianos sentimentais como são, realizam diversas homenagens nas cidades onde os brasileiros passaram com eventos específicos para reverenciar a FEB, em agradecimento à atuação brasileira. No caso de Montese, na Emília Romagna, em todo dia oito de maio, Dia da Vitória, ao lado de um dos principais monumentos da libertação da cidade, perto de cem jovens alunos das escolas municipais prestam emblemática homenagem entoando em português o Hino do Expedicionário, emocionando aqueles que assistem, principalmente os brasileiros. Em São Bernardo, existe a Praça dos Expedicionários, entre a Rua Continental e Avenida Senador Vergueiro, onde se encontra erigido um monumento em homenagem à FEB. Essa história necessita ser melhor assimilada pelos brasileiros, para reconhecimento e gratidão aos bravos soldados expedicionários, o que ora lhes rendemos.