FMABC pode virar Centro Universitário
O cirurgião torácico Adilson Casemiro Pires começou como diretor da Faculdade de Medicina do ABC em 2010. De lá para cá, é possível ver avanços expressivos, na parte financeira e na educacional. Foi a partir da vontade de crescimento que o diretor decidiu pleitear a continuidade no cargo e a conquistou por eleição com 37 votos dos 38 presentes.
Pires conta que sempre surgem novos desafios na FMABC.
O primeiro deles foi em 2010, quando encontrou a instituição com uma dívida de aproximadamente R$ 29 milhões. “Tínhamos uma receita de R$ 30 milhões por ano e folha de pagamento correspondia a 109% desse total, ou seja, não conseguíamos pagar. Fora isso, ainda existia uma dissociação entre a faculdade e a Fundação, nossa mantenedora”, explica.
Com toda a turbulência da época, a faculdade recebeu uma intervenção da Fundação. “A primeira coisa a mudar foi o tipo de gestão. Substituímos uma gestão focada em pessoas para uma focada em processos. Trouxemos administradores com conceitos inovadores, ampliamos os cursos, investimos na divulgação e na prestação de serviços na área da saúde para aumentar a receita e deixamos de depender das mensalidades dos alunos. Hoje conseguimos duplicar a receita que era de R$ 30 milhões para R$ 70 milhões por ano”, afirma.
Além disso, houve um grande investimento na área de pós-graduação e pesquisa clínica na qualificação de mestres e doutores de outros estados como Acre, Pernambuco e Ceará e países como Angola e Cabo Verde. Com isso, hoje a faculdade já respira aliviada. Atualmente a dívida caiu para R$ 16 milhões que está sendo equacionada por meio de parcelamento com a Fundação pelos próximos cinco anos.
Para este ano, Pires também pretende aumentar 50 vagas no curso de medicina. “Quando a presidente Dilma Rousseff começou a discutir o programa Mais Médicos, fiz uma indicação para aumentar o número de vagas de medicina nas faculdades. O mercado mostra que precisamos de cada vez mais médicos e por isso formalizamos o pedido e entramos com uma solicitação ao MEC. Porém ainda não obtivemos respostas”, ressalta.
Centro Universitário
Além da aquisição de novas tecnologias e investimentos de infraestrutura, o novo projeto é transformar a faculdade em Centro Universitário ainda este ano. “São várias fases de aprovação, tendo que passar pela Congregação, Curadoria e Ministério da Educação. Porém, se tudo der certo, existe alta possibilidade de termos o Centro ainda no segundo semestre”, conta. Com a transformação, a faculdade poderá chancelar seus próprios diplomas, que atualmente passam pela Universidade de São Paulo. Além disso, terão autonomia e agilidade em diversos processos administrativos, como abrir ou fechar turmas, mudar períodos e outros benefícios.
Assim que o Centro estiver autorizado, dois novos cursos entrarão para a grade curricular: Tecnologia em Gestão Hospitalar e Tecnólogo em Radiologia.