No próximo dia 23 de julho, terá início as Olimpíadas de Tóquio. O maior evento esportivo do mundo é o sonho de todos os atletas e treinadores. A espera foi grande, desta vez, um ano a mais. A pandemia mudou cronogramas, atrasou datas. Mas, não acabou com o sonho de inúmeros atletas que fizerem de tudo para manter o ritmo de treinos e se prepararem ainda mais visando a medalha olímpica. Quatro atletas do ABC revelaram à Folha como estão os preparativos finais para os tão sonhados  jogos olímpicos. São eles: Matheus Gonche (nadador de São Bernardo), Felipe Bardi (velocista de Santo André), Ícaro Miguel (atleta de taekwondo de São Caetano) e Giovanni Vianna (skatista de Santo André).

Matheus Gonche

Nadador treina em São Bernardo

Matheus Gonche, natural de Resende (RJ), é nadador do Sesi São Bernardo. Aos 22 anos, o atleta é promessa nos 100 metros borboleta. Conquistou vaga nas Olimpíadas ao nadar a prova em 51s94, abaixo do índice de 51s96. “Estou muito feliz, é uma sensação de que os sonhos viram realidade, trabalhei muito para isso”. Com a pandemia, Matheus ficou sem nadar por cinco meses mantendo apenas a preparação física feita em casa por chamadas de vídeo. Em agosto, retornou ao treinamento na água. “Precisei de algumas semanas de adaptação por ter ficado muito fora das piscinas, mas passei o período sem problemas”, afirma o nadador. Atualmente, Matheus está em Portugal com a Seleção para alguns dias de treinamento. Em seguida, parte para Tóquio. “Não estou ansioso, estou bem tranquilo em poder participar, desta experiência incrível que vou ter, de estar com tantos atletas de alto nível e realizar um sonho”, completa. Para as crianças que se espelham nele, Matheus dá um recado: “dá para chegar basta acreditar e querer. Tudo que puder fazer para incentivar essa molecada, trazer mais gente levar mais adiante a natação brasileira vocês podem contar comigo, estou sempre disponível nas redes sociais para quem quiser conversar, trocar uma ideia, isso só vai fortalecer mais”.

Ícaro Miguel

Taekwondista de São Caetano (foto)

Nascido em Belo Horinzonte (MG) e, atualmente, atleta de São Caetano, Ícaro Miguel lidera o ranking mundial de taekwondo. Aos 26 anos, é um dos favoritos à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Aos seis anos de idade, Ícaro sofreu um acidente doméstico que lhe custou a perda de 90% da visão do olho direito. Porém, a limitação não o impediu de conquistar uma vaga olímpica. “Trabalhei duro por essa vaga e continuo trabalhando em busca de grandes resultados”, afirma. Com a pandemia, Ícaro comenta que teve que se adaptar, porém não se sentiu prejudicado na preparação. “Quando a olimpíada foi adiada sabia que teria um pouco de tempo a mais para chegar ainda melhor no dia da competição”, revela o atleta que tem a seguinte frase motivadora escrita em um papel ao lado da sua cama: “Nasci para fazer história”. Em agosto de 2020, a equipe de taekwondo de São Caetano criou um método inovador de treinamento, com o uso da tecnologia motion capture (processo de gravação de movimento e transposição do movimento em um modelo digital). “Por causa da pandemia, nós atletas acabamos não tendo muitas opções de treinamentos, já que o taekwondo é um esporte de contato. Com essa tecnologia conseguia simular vários adversários de características diferentes”, explicou Ícaro.

Felipe Bardi

Velocista se preparou  em Santo André

Felipe Bardi nasceu em Americana, interior de São Paulo. A paixão pelo atletismo começou cedo. Com apenas 8 anos, Bardi ganhou uma prova de 60m na escolas onde estudava em Americana. Sua professora o encaminhou para o Clube de Atletismo da cidade e então, o jovem velocista passou a se destacar nos campeonatos. Hoje, aos 22 anos, Felipe comemora a vaga olímpica. “O sentimento é de superação. Era um sonho de criança, quando comecei a treinar atletismo, era meu sonho ir para os jogos olímpicos. Não foi fácil, mas graças a Deus consegui a vaga e estou muito feliz”, comemora o atleta. Atleta do Sesi Santo André, Felipe é promessa de medalha no revezamento 4x100m e nos 100m e 200m rasos. Está em Portugal e no dia 17 embarca para Tóquio. “Estou muito bem, treinando forte, visando os jogos”, afirma.

Em relação à pandemia, Felipe conta que conseguiu treinar mais e que fez a lição de casa. “Treinei em casa, do jeito que consegui, fiz barra e supino com o portão, corria amarrado, treinei do jeito que dava. No fim do ano, quando voltei a competir, consegui marcas excelentes e a sonhada vaga olímpica”.  Esta é a primeira Olimpíada do atleta. Seus principais adversários são dos Estados Unidos, Jamaica e Grã-Bretanha.  Felipe ainda deixa uma mensagem: “Nunca desistam dos sonhos. Sonhei com isso. Comecei a treinar muito cedo, aos 8 anos de idade e sempre sonhei estar nos jogos olímpicos. Foram 13 anos de treino, para chegar nesse momento. Muito obrigado ao Sesi, que me deu uma estrutura fantástica para treinar. Torçam por mim”.

Giovanni Vianna

Skatista de Santo André

Giovanni Vianna nasceu em Santo André. Começou a andar de skate no Parque da Juventude Ana Brandão, em Santo André. Ganhou seu primeiro campeonato aos 4 anos de idade. Aos 8, Giovanni conquistou seu primeiro patrocínio. Hoje, aos 20 anos, é destaque na Seleção Brasileira de Skate, na modalidade street. Recentemente, Giovanni participou do Mundial de Street em Roma, na Itália, onde conquistou a vaga olímpica. “Fiquei muito feliz de ter conseguido a vaga. Era algo que não esperava ter passado. Foi natural”, conta. Giovanni está nos Estados Unidos em preparação final para Tóquio. A Seleção de Strett embarca dia 17 para o Japão. Com a pandemia, o atleta afirma que a rotina de treinos não sofreu grandes alterações. “Um pouquinho de dificuldade sempre tem. Mas foi tranquilo, para os skatistas acho que foi até bom, porque não tinha muita gente na rua”, comenta. Seus principais adversários na disputa pela medalha são os Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá. Giovanni deixa uma mensagem: “Quero agradecer a força de todos, nunca desista dos seus sonhos. Sempre vá em cima, com muito amor, no que você quer conquistar. Essa é a chave”.