Suplementos de vitamina D
não reduzem riscos de contrair doenças
Metade de todos os adultos americanos tomam suplementos de vitamina D. No Brasil, essa prática também é cada vez mais comum. Mas será que essas pílulas de vitamina D realmente ajudam? Em um novo estudo, pesquisadores europeus realizaram uma revisão sistemática de mais de 450 relatórios científicos voltados para os efeitos de suplementos de vitamina D.
A pergunta que foi feita pelos pesquisadores: Será que tomar um suplemento de vitamina D pode promover a saúde e reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas como o câncer e doenças cardíacas? A resposta do estudo: Não. Em pessoas saudáveis, com níveis normais de vitamina D no sangue, tomar suplementos de vitamina D não fornece benefícios de qualquer natureza para a saúde.
Um grande corpo de evidências científicas relaciona a deficiência de vitamina D a uma série de doenças. “Quando medimos os níveis de vitamina D em pessoas doentes, sempre encontramos níveis reduzidos. Se a pessoa tem câncer, doença cardíaca, diabetes, demência, depressão, doença autoimune ou praticamente qualquer outra doença, o nível de vitamina D é geralmente baixo”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves de Souza, médico do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Os autores do novo estudo concluem que níveis baixos de vitamina D são um efeito da doença, e não uma causa. Os pesquisadores chegaram a esta afirmação através da análise de estudos em que as pessoas foram tratadas com vitamina D e, em seguida, examinadas, em intervalos regulares, para determinar se a vitamina D tinha afetado seu estado de saúde. “Suplementos de vitamina D não reduziram o risco de desenvolver estes problemas de saúde”, explica o médico.
Por que doentes têm baixos níveis de vitamina D?- As doenças crônicas levam as pessoas a ter níveis baixos de vitamina D por uma variedade de mecanismos. Muitas doenças estão associadas com inflamações, e inflamações podem diminuir os níveis de vitamina D. “Além disso, pessoas doentes, muitas vezes, têm uma exposição limitada ao sol (a principal fonte de vitamina D) e uma baixa ingestão de vitamina D”, diz o ortopedista.