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Marcos Munhoz: “no futuro, a GM quer a cidade com zero emissão e zero congestionamento”

Publicado em Negócios
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O vice-presidente da General Motors (GM) América do Sul, Marcos Munhoz, em entrevista exclusiva para à Folha do ABC, afirmou que a relação da GM com São Caetano é uma relação de parceria. “São praticamente nove décadas de presença nesta comunidade que cresceu com a empresa ao mesmo tempo em que nos ajudou a crescer também. A GM investe muito nas comunidades em que está inserida e com São Caetano do Sul não foi diferente”, disse. E revelou ainda, a meta da GM para os próximos anos: uma cidade com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento: “essa é a visão de futuro da General Motors. Zero acidente para que todos que se locomovem de carro possam retornar a suas casas em segurança, zero emissão para que possamos deixar um mundo mais saudável para as próximas gerações e zero congestionamento para que possamos devolver às pessoas um bem cada vez mais precioso: o tempo”. Confira.

Folha do ABC- O presidente da GM na América do Sul, Carlos Zarlenga, anunciou, recentemente, que a montadora vai investir, entre 2020 e 2024, R$ 10 bilhões nas unidades de São Caetano e São José dos Campos. Os investimentos preservariam os 15 mil empregos no Estado e criariam outros 1,2 mil postos, sendo 400 diretos e 800 indiretos. Como a unidade de São Caetano será contemplada?

Marcos Munhoz - A fábrica de São Caetano do Sul é uma das nossas unidades que receberá parte deste investimento, destinado ao desenvolvimento de novos veículos e tecnologias. 

Folha do ABC- Diante da crise na Argentina, o Brasil deve deixar de exportar 240 mil veículos para o país em 2019, estima a associação das fabricantes, a Anfavea. Os argentinos são os maiores clientes da indústria nacional, e o número representa 7,6% da previsão de produção para o ano, de 3,14 milhões de veículos, feita pela própria Anfavea, no início de 2019. Com isso, como a GM irá amenizar esse impacto?

Marcos Munhoz - A indústria é um dos principais geradores de emprego e riquezas para qualquer economia. Com a recente abertura de mercado, precisamos buscar alternativas para que a nossa indústria brasileira tenha condições de competir com outros países e se tornar um polo exportador para toda a América do Sul e outras regiões potenciais como África, por exemplo. O que impede isso hoje, é o fato de o Brasil exportar muitos impostos em produtos manufaturados. Um carro fabricado aqui, por exemplo, carrega 15% de impostos quando exportado. O mesmo veículo, leva somente 0,3% de impostos quando fabricado no México e exportado. Essa disparidade impacta na competitividade do carro brasileiro e faz com que o país perca oportunidades de negócio e exporte quantidades irrisórias, mesmo tendo uma forte indústria automotiva instalada, atualmente com capacidade ociosa de 40%. Nós já possuímos um mecanismo para retirar os impostos dos produtos manufaturados exportados, o Reintegra, porém, hoje ele cobre somente 0,1%. Para termos condições de competir pelo mercado externo de veículos, esse percentual precisa chegar a 10%. Estudos mostram que, se isso ocorrer, podemos exportar cerca de 1 milhão de carros ao ano, criando pelo menos 120 mil novos empregos qualificados, e gerando riquezas para o país. Essa é uma oportunidade que o Brasil não pode perder.

Folha do ABC - Recentemente, a GM ameaçou deixar de produzir no Brasil, caso não voltasse a ter lucro na operação. Mas, após a empresa aderir ao plano de incentivos anunciado pelo governo de São Paulo, que dará desconto de até 25% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para montadoras que investissem na indústria automobilística paulista, resolveu permanecer no País. Somente o plano de incentivos será suficiente para garantir a presença da GM no Brasil caso a situação econômica não melhore? Os planos de deixar o País continuam em stand by?

Marcos Munhoz - Um complexo plano de viabilidade envolvendo os nossos públicos de interesse, como fornecedores, concessionários, sindicatos e governo, para amenizar os impactos das variáveis macroeconômicas foi desenvolvido. Com a participação de todos conseguimos viabilizar um novo plano de investimentos que foi anunciado em abril deste ano.

Folha do ABC - A GM inaugurou sua fábrica em São Caetano em 1930. Ao longo destes 89 anos, qual a relação da empresa com o município e sua população? (breve relato)

Marcos Munhoz - Eu diria que a relação da GM com São Caetano do Sul é uma relação de parceria. São praticamente nove décadas de presença nesta comunidade que cresceu com a empresa ao mesmo tempo em que nos ajudou a crescer também. A GM investe muito nas comunidades em que está inserida e com São Caetano do Sul não foi diferente. A nossa fábrica não só é uma das maiores empregadoras da cidade, como também gera uma parte significativa da receita de impostos do município, além dos milhares de empregos diretos e indiretos. Mas, a relação vai muito além disso. Através do Instituto GM, nós participamos ativamente de campanhas da cidade, como a campanha do agasalho, por exemplo. Também realizamos diversas ações e blitz pela cidade conscientizando os cidadãos sobre a segurança no trânsito. Neste ano, inauguramos a primeira Sala Verde homologada pelo Ministério do Meio Ambiente dentro de uma indústria automotiva na cidade de São Caetano. Essa iniciativa é aberta à comunidade local e tem como objetivo conscientizar para a sustentabilidade. Periodicamente recebemos estudantes da rede municipal para visitas na nossa fábrica. Enfim, a lista é longa e a relação da GM com São Caetano do Sul é próxima e frutífera.

Folha do ABC - Se a GM pudesse dar um presente, neste aniversário de 142 anos, à São Caetano, qual seria?

Marcos Munhoz - Uma cidade com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento. Essa é a visão de futuro da General Motors. Zero acidente para que todos que se locomovem de carro possam retornar a suas casas em segurança, zero emissão para que possamos deixar um mundo mais saudável para as próximas gerações e zero congestionamento para que possamos devolver às pessoas um bem cada vez mais precioso: o tempo.

Última modificação em Sexta, 26 Julho 2019 09:14
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