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A vida da Didi (IV)

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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   Como eu sempre reunia muitos amigos nos aniversários em minha casa, fiz uma noite de patês... E lógico, muitas sobremesas. Tanto me pediram as receitas que eu disse “Vou escrever um livro e vocês as terão todas”. No dia seguinte comecei a anotá-las. Fui testando novas ideias e cheguei a 145 receitas. Consegui que algumas indústrias se dispusessem a editar o livro. O plano Collor atrapalhou tudo.
   Em julho, comecei a ter alguns problemas. Coceira no corpo todo, depois diagnosticada como colestase. Só em setembro foram encontrados tumores em meu fígado e uma hepatite. Eu já estava muito mal. Meu convênio me dava direito ao Sírio Libanês. Na Beneficência eu nem podia entrar porque o cheiro no ar me dava enjoo. Me aconselharam um médico oncologista hepático: Dr. Dráuzio Varela. Nesse tempo, ele ainda não estava na mídia.
   Minha irmã levou meus exames para Dra. Lenir que disse achar difícil eu chegar até o Natal. Dr. Dráuzio falou ao meu marido que eu teria uns 6 meses de vida. No meu caso, sem chance de cirurgia.
Começou a quimioterapia. Eu ficava internada 6 dias por mês. Através de uma veia no peito, era introduzido um catéter direcionado ao fígado (nessa época ainda não se colocava o dreno). Antes de começar o tratamento já comecei com técnicas alternativas: mudança da alimentação (nada de carnes vermelhas ou derivados do leite, nada de embutidos, enlatados com corantes, pimentas, refrigerantes e nada de gelados), aplicação da pirâmide do Sr. Stevan Kowacsik, fitoterápicos, etc.
   Apesar do médico ter me orientado a comprar uma peruca, ela nunca foi usada. Fiquei com pouco cabelo, mas me mantive sempre arrumada, como testam minhas fotos da época. Mensalmente fazia uma tomografia e os tumores foram necrosando. Meu fígado, segundo outros médicos do hospital, era uma massa disforme.
   Quando comecei o tratamento também iniciei a vacina japonesa do Dr. Hasumi. Três anos depois, fui convidada com um grupo da Clínica de Imunoterapia Luís Góes (nessa rua), a viajar para o Japão para exames e uma pesquisa de como os pacientes do Brasil estavam reagindo. Fomos 8 pessoas mais os responsáveis pela clínica. Uma grande experiência de vida. A vacina convencional eram 2 ampolas de 0,5 cc, injetadas juntas sob a pele, a cada 5 dias.
   No Japão, acrescentaram a auto vacina. Para isso tínhamos que fazer um litro de xixi, e dois meses depois recebíamos as vacinas para um ano. Aí eram 3 ampolas. Voltei ao Japão no ano seguinte com amigos também da clínica. (adorava andar no metrô e em trens). Na terceira vez fui sozinha, mesmo com meu parco inglês, deu tudo certo. Lá tive alta (essas viagens geraram boas histórias para contar).                               (Continua)

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