19 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Autora: Carolina Maria de Jesus. Ela surgiu no mundo da literatura com esse livro “Quarto de Despejo”. Era favelada, viveu uma vida de dores e de sofrimento até ser descoberta como escritora pelo jornalista Audálio Dantas, que escreveu  o prefácio do livro dessa catadora de papel,  brasileira, semi-analfabeta, sofredora, que tem lugar garantido como escritora com seu nome consagrado por incontáveis traduções em várias línguas.  Um fenômeno no panorama da literatura brasileira com o livro “Quarto de Despejo” narrando sua vida na favela, em São Paulo. O livro  cuja primeira edição em português é de 1960 ganhou o mundo por sua tradução  em várias línguas, consagrando assim Carolina como escritora com  lugar reservado no mundo literário não só no Brasil como também nos quarenta países onde seu livro foi traduzido.  Sua primeira edição contou com uma tiragem de dez mil exemplares que se esgotou em uma semana definindo a autora, a favela como “tétrica, recanto dos vencidos, depósito dos incultos que não sabem contar nem o  dinheiro da esmola”. Essa sua afirmação refere-se ao fato de constantes insultos recebidos de moradores e vizinhos, principalmente aos seus três filhos.
Em 1962 o livro foi publicado nos Estados Unidos sob o título “Child of the Dark”, edição prontamente esgotada,  em seguida ganhando edição  de bolso com venda de 300 mil cópias, um fenômeno editorial do qual a autora recebeu pequena parcela, ao contrário dos cento e cinquenta mil dólares dessa primeira tradução, que a autora deveria ter  recebido.
Como favelada, Carolina Maria de Jesus recebeu pequena parte,  o que não a impediu de
melhorar de vida, mudando-se para o bairro de Santana, na Capital do Estado de São Paulo, depois para Parelheiros, onde passava boa parte de seu tempo sozinha, lia jornal e plantava milho e hortaliças. Ou seja, mesmo como autora de livros que lhe renderam proventos e renome internacional, viveu  uma vida modesta, falecendo aos 62 anos de idade, em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977, vitima de insuficiência respiratória.
O Instituto Moreira Salles gravou um documentário sob o titulo “Favela, a Vida na Pobreza” exibido pela primeira vez em 14 de março de 2014, centenário de nascimento de Carolina, sendo que as escritoras Rafaela Fernandez e Maria Nilda de Carvalho Mota organizaram a coletânea “Onde estaes Felicidade!” com textos da autora e sete ensaios sobre sua obra e, em 2018 lançaram o livro “Meu Sonho é Escrever”.
Assim, para reforçar sua importância na nossa literatura a escola de samba Colorado do Brás terá como tema para o Carnaval de 2021 a história de Carolina de Jesus sob o titulo “A Cinderela Negra do Canindé”. Aguardemos.

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