25 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Depois das festanças naturais natalinas e de ano novo, voltamos ao dia-a-dia de nossos labores e nossas  preocupações. Bom seria se o governo nos trouxesse esperança de dias melhores. Convenhamos que já foram piores mas com o ano novo a expectativa é diferente, a não ser que o governo de Bolsonaro siga a mesma cartilha que vem adotando no trato de questões fundamentais para o pleno exercício da Democracia, sem ameaças à livre manifestação de ideias na arte, nas letras e nas coisas da cultura, de um modo geral, sem ameaças ao livre pensar e atuar em nossa vida de todo o dia. Temos o direito de esperar que o governante esqueça da tortura e de torturadores que trouxeram o  desespero a tantas famílias, pois sempre que pode ele elogia a uns citando  seus nomes como se fossem verdadeiros heróis, sem terem sido.
No que diz com incentivo à cultura ele já reviu a Lei Rouanet questionando os subsídios públicos a produtores que era de 60 milhões de reais e foram  reduzidos a R$1 milhão, o que afetou seriamente a produção de espetáculos musicais, sempre bem recebidos pelo público. Colocou em prática dificuldades dirigidas especialmente contra produções que falavam de regimes autoritários, de sexualidade por exemplo. Não há dúvida  de que certas publicações e espetáculos teatrais exageram às vezes na linguagem, nos gestos, no ataque a costumes vigentes, nem  por isso devem ser censurados, porque a censura pode atingir alvos mais expressivos na arte, o que não deve justificar a interpretação dela ao critério de sensores especialmente doutrinados e preparados para o corte do que considerem abuso de artistas e produtores de espetáculos, por eles censores  tidos  como inaceitáveis. Repercussão incomum de verdadeira revolta  surgiu em protesto legitimo contra os ataques grosseiros e insultuosos do diretor da Funarte, depois Ministro da Cultura Roberto Alvim,  dirigidos à artista Fernanda Montenegro, chamando-a de atriz sórdida e mentirosa.  Não há necessidade de lembrar que ela  se constitui  em verdadeira  glória da arte teatral  brasileira com  expressivos trabalhos também na TV. Poder-se-á não gostar dela e  de suas  atuações artísticas, nunca jamais subestimar de maneira tão grosseira seu  trabalho e sua pessoa que tem sido digna de  respeito  e  de admiração dos brasileiros.
Exemplo curioso é do cidadão negro Sérgio Nascimento de Camargo nomeado presidente da Fundação Palmares. Ele  se declarou publicamente contra o Dia da Consciência Negra e das cotas raciais.  Como se vê, o presidente Bolsonaro capricha na escolha de integrantes de seu primeiro  time de governo, mesmo ciente de que certas escolhas possam ser estranhadas e até mal recebidas e, mesmo desaprovadas pela opinião pública. Mas ele tem a caneta para as nomeações e responsabilidade direta pela atuação dessas figuras  no mínimo desajustadas para tão importantes serviços no primeiro  escalão do  governo federal.       
Acho bom ficar por aqui,  por ora. Poderia desfilar outras  estranhas singularidades (e são tantas)  do atual governo, entrando  em seu segundo ano de mandato. Ficam faltando três longos anos a desafiar a paciência e também a tolerância, tanto quanto possível resignada da platéia, que não lhe negará apoio, por certo,  nos seus acertos  e no seu comportamento  de defesa de ideais democráticos, que jurou  defender no ato solene de sua posse.

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