Torrinha, minha cidade natal, sempre foi servida pelos trens pontualíssimos da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Isso já pertence a um tempo  em que a Paulista passou e com ela parte da história de São Paulo e do Brasil.  Agora ainda circulam pelos trilhos daquela  que foi exemplo  de empresa de transporte de passageiros e carga uns trens enferrujados que são a mostra de como pode um serviço público, prestado por empresa privada  degenerar a tal ponto para tristeza geral.   Trens que aguardam  a construção de ferrovias decentes para um serviço essencial ao progresso de nossas cidades  ficam à espera  de  construção de ferrovias eficientes para a circulação de trens adequados ao serviço de transporte  tanto de passageiros quanto de cargas.  Há  notícias nos jornais com fotos a nos mostrar um como  que incipiente meio de transporte ferroviário para o país hoje servido por caminhões caríssimos  que enfrentam péssimas estradas lamacentas  atolando-se nelas. Além do péssimo serviço que prestam, ainda se revela um meio  sujeito ao pagamento de pedágios que encarecem seu custo e a qualidade dos serviços. Sim, porque ainda existem trens em atuação neste pobre país sem rumo e sem perspectivas de melhora.  O Brasil, com sua dimensão territorial bem  que merece para um produtivo turismo algo muito além do que temos hoje.
Na outra face temos trens para turismo, especialmente no sul, que transportam a média de 3 milhões de passageiros por ano com roteiros situados nas regiões sul e sudeste. Um  deles percorre a Serra Gaúcha, produtora de uva e vinho, em trechos curtos de 90 minutos, como o Trem das Termas  que  passa por dois estados, SC e RS, atravessando  uma ponte de 500 metros. Nesse trecho ouvem-se músicas regionais com serviço de bordo para degustação de produtos típicos da região. Um pouco mais acima, no Paraná a atração é a Serra do Mar vista do trem do mesmo nome, em 70 quilômetros, passando por atrações da naturais deste  nosso Brasil tão desconhecido quanto descuidado por  governantes  nem sempre atentos ao que temos de bom e de bonito.
E assim de um  extremo a outro temos os  caminhões  atolados em estradas barrentas  e mal cuidadas,  do norte e nordeste;  e de outro,   atrações  com a beleza farta da natureza e a cordialidade de nossos irmãos  do Sul e do Sudeste.