20 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Morreu no dia 7 deste mês de julho de 2019, em São Paulo, com 92 anos de idade, o poeta paulistano Paulo Bomfim, membro da Academia Paulista de Letras. Ele foi o cantor de São Paulo, de sua história, de seus feitos, de sua beleza, de suas transformações, verdadeira paixão de sua vida sobre a qual deixou um acervo de 37 livros de louvação a esta terra onde nasceu, glorificou com seus poemas e onde agora repousa sob esse solo que tinha como sagrado. Seu primeiro livro “Antonio Triste”, de 1946, do qual me deu um exemplar com expressiva dedicatória, tem prefácio de Guilherme de Almeida e lhe valeu o prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras.
Tive a satisfação de privar de sua amizade generosa, com direito a participar de frequentes almoços em sua residência na companhia sempre de ilustres figuras de nossas letras, amigos seus cuja amizade cultivava com carinho e, claro, era retribuído com igual atenção e estima.  Manteve, até o dia de sua morte, um programa na Rádio Cultura FM, ”Passeios da Memória”, no qual em deliciosas crônicas semanais falava da vida, da história da gente paulistana, sempre com um apelo nostálgico sobre famílias tradicionais cujas rodas frequentava, especialmente quando jovem ainda. Admitiu sempre a influência que recebeu de escritores como Mário e Oswald de Andrade, além de Monteiro Lobato, que o incentivou na produção literária.  Sempre se manifestou como defensor dos ideais da Revolução Paulista de 1932, cujo aniversário é celebrado todos os anos em frente ao pavilhão onde repousam os restos mortais dos que se imolaram naquele embate do qual se orgulham ainda hoje paulistanos, ainda fiéis aos ideais dos combatentes que lideravam a busca de uma nova Constituição negada por Getúlio Vargas. Em 1937 ele outorgou a tristemente famosa Carta que instituiu no Brasil um regime de forças, fechando o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas nos Estados e as Câmaras municipais, implantando verdadeira ditadura que vigorou até o ano de 1945, quando foi apeado do poder, e depois dele sobre vindo a Constituição democrática de 1946.
Paulo Bomfim é nome ligado à vida e aos feitos da cidade que ele tanto amou e que deixou dois dias antes de 9 de julho, data sagrada para paulistanos e por brasileiros de todas as procedências que aqui vivem e trabalham no firme propósito de contribuir para o desenvolvimento e o progresso desta terra abençoada São Paulo de Piratininga e de todos os brasileiros.   

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