19 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Extraio da Folha de S. Paulo a matéria deste sábado. Trata-se de interessante história do cadete Leandro Nogueira, 29 anos, formado engenheiro elétrico pela USP de São Carlos e hoje fazendo parte da tropa acadêmica do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Paulista de Avaré, deixou emprego no Banco Itaú, para prestar serviços como bombeiro, hoje fazendo parte do grupo de oficiais que teve atuação destacada nos trabalhos de procura e resgate de sobreviventes da tragédia de Brumadinho. Rastejou na lama e com orgulho declarou à Folha em sua edição de 12 desde corrente mês de fevereiro: “Sem dúvida, rastejar é a parte mais desgastante. Parece que a gente não sai do lugar. A lama gruda no fardamento e pesa bastante. Quando estou rastejando penso que tenho que cumprir a missão. Penso nas pessoas que posso ajudar e que estou lá para isso“.
Leandro é paulista, único entre os 56 cadetes a integrar a tropa acadêmica  do Corpo de Bombeiros do Curso de Formação de Oficiais  do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, onde ingressou por concurso depois de cursar e formar-se em  engenharia elétrica pela USP de São Carlos. Exemplo evidente de vocação de bombeiro profissão  que adotou depois de terminando o curso especial a que se dedicou estudando oito horas por dia.
Em Brumadinho, conta ele, “faço parte da tropa acadêmica, com uma rotina diferente das outras tropas do Corpo de Bombeiros”. Ressalta a importância da participação dos cadetes no desastre que comoveu o Brasil, onde o trabalho deles vai das 6hs até antes de o sol se pôr, pois com a ausência de luz os riscos aumentam e as buscas são ineficientes. Falando de sua ansiedade para trabalhar em Brumadinho conta que ficou sem dormir na noite anterior, mas ressalta como acha importante rastejar na lama nos treinamentos para manter o preparo físico sempre em dia, “pois a gente tem que fazer muita força nos braços para puxar o corpo com o auxílio do cajado porque as pernas começam a afundar”. Além da lama em si temos que transpor muros altos e cercas e enfrentar a desidratação”. Diz também que o trabalho para salvar pessoas que estão em risco de vida oferece grandes desafios, mas vale a pena o sacrifício.
Afinal, que motivos teriam levado esse jovem engenheiro a tal situação de verdadeira renúncia a uma vida pacata, sem riscos, para dedicar-se à salvação de vidas em perigo de  se perderem. É uma vocação. Eis aí o lado positivo da condição humana: a solidariedade em primeiro lugar, mesmo a custo tão elevado, nem sempre reconhecido. “Penso nas pessoas que posso ajudar e que estou lá para isso”.  Haverá, em nossos tempos, outros tantos exemplos edificantes de uma entrega gratuita, arriscada, rastejando na lama para salvar vidas?

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