18 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Visitei, dias atrás, a exposição sobre Adoniran Barbosa, no prédio do antigo Banco do Estado de S. Paulo, na Capital. Como fã  e  admirador desse importante artista, compositor e cantor, admirei ainda mais seu trabalho.
Seu nome artístico substituía o verdadeiro: João Rubinato nascido de família simples na cidade de Valinhos, então subúrbio de Campinas. Trabalhou duro na vida até chegar ao rádio, depois de anos de tentativas nem sempre bem sucedidas, para enfim  consagrar-se  como compositor e verdadeiro cantor da cidade de São Paulo, de seus bairros e de sua gente.
Mugnaini Jr.,  em livro sobre a vida e os sucessos do genial artista, destaca: “Paulista que agrada a todo o Brasil e até fora dele, sambista do elo entre a velha guarda e as novas gerações, humorista e humanista, a um só tempo simples e complexo, antigo e moderno, lírico e irônico, Adoniran é realmente único. Já há muito tempo seu nome virou sinônimo de um estilo de samba. Sinônimo de samba e de Sampa: pode-se dizer que Adoniran foi porta-voz  de São Paulo tanto quanto, por exemplo, Noel Rosa cantou o Rio de Janeiro”.
Para muitos, nesta fase  atual  tão diferente de músicas  e músicos com influência estrangeira, especialmente e lamentavelmente, da norte-americana,  lembra ainda Mugnaini Jr.:
“As vezes as rádios e gravadoras ansiosas por faturar fazem crer que Adoniran saiu de moda. Cedo ou tarde, no entanto, ele reaparece com reinterpretações de suas músicas por artistas antigos ou da moda, ou mesmo em qualquer reunião onde houver pelo menos uma timba, violão ou cavaquinho”.  (cf. livro de autoria de Ayrton Mugnaini  Jr.:  “Adoniran Dá Licença  de Contar”,  Editora 34-SP, 2002).  
Sua iniciação artística remonta ao ano de 1930 como cantor com voz melodiosa mas já rouquenha, fruto do cigarro, da cachaça e da boêmia.  Na Rádio Record fez sucesso com suas músicas então já ouvida e admirada em São Paulo e em todo o Brasil. Tal seu sucesso que no carnaval carioca da década de 1960/61, quando surgiu o famoso “Trem das Onze”, foi esta música que dominou os festejos de Momo, na então capital do Brasil.
Do repertório consagrado de Adoniran não há quem não conheça sucessos de ontem, de hoje e de sempre, tais como Saudosa Maloca, Samba do Arnesto, Tiro ao Alvaro (gravada por Elis Regina), Iracema, Joga a chave, Vila Esperança, sem falar-se da consagrada Bom dia tristeza, letra de Vinicius de Moraes que a entregou a Adoniram para que fizesse a música. Que mais seria preciso para a consagração de um artista, cantor e também poeta, como foi  Adoniran  que teve como intérprete de seus sucessos, entre outros, o famoso “Demônios da Garoa”.
Adoniran faleceu em São Paulo na madrugada de 22 de novembro do ano 1982.  Sua memória permanece e se manterá entre nós, para sempre,  por sua música essencialmente paulista,  cantor  de nossos bairros e da gente simples com seu falar bem à moda do  Bixiga,  o Brás, a Mooca, a Praça da Sé e a sua querida  Vila Esperança, onde passou “o seu primeiro carnaval”.

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