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Police Neto: "Queremos transformar Sto.André em uma plataforma de startups"

Publicado em Política
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José Police Neto (PSD) é o novo superintendente de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Prefeitura de Santo André. Police é ex-vereador da Capital, por quatro mandatos, também ex-presidente da Câmara de São Paulo por dois mandatos consecutivos. Nas eleições de 2020, acabou não se reelegendo para o quinto mandato, quando fez 21.608 votos. Apesar de ter perdido sua cadeira na Câmara, não vê isso como uma derrota. “No processo político eleitoral, durante cinco eleições consecutivas, fiquei entre os 50 mais votados. Uma fatalidade me impôs a ausência na cadeira. Há dez vereadores eleitos na Câmara de São Paulo com menos votos do que eu, mas o coeficiente eleitoral não permitiu a vaga que tanto almejava em São Paulo”, justifica.

Então, como Police veio parar em Santo André? “Tenho uma relação histórica junto ao (prefeito) Paulo Serra. Começamos juntos na vida pública, somos da mesma geração política, ingressamos no mesmo partido, militamos com as mesmas ideias, deixamos o partido no mesmo momento. Ele regressou ao PSDB, eu continuo no PSD, mas sempre atuando, fortemente, no desenvolvimento de cidades e, no final do ano passado, recebi o convite para que assumisse uma tarefa genuinamente técnica”, explica.

Police possui conhecimento sobre os grandes gargalos da Região Metropolitana e sua experiência acabou atraindo a atenção de Serra. “Na época que criamos o Parlamento Metropolitano de São Paulo, cujo principal objetivo era tratar de problemas comuns às cidades da Região Metropolitana, buscando soluções conjuntas, em 2011, o ABC foi o primeiro a se apresentar. Durante dois anos foram muito intensos os debates que tentavam parametrizar a legislação que dá suporte ao desenvolvimento de cidades conurbadas. Então, com esse desafio de reduzir as desigualdades em Santo André, que é gigantesco, o Serra disse que me queria próximo. Foi aí que veio o convite. Fiquei feliz por ser lembrado por uma característica técnica, desta área de planejamento e desenvolvimento urbano”, revela.

O superintendente afirma que não lhe faltam conhecimentos sobre a cidade. “Cheguei à Santo André de todas as formas que podia, de trem, de carro, de bicicleta... Então, não é de hoje. Faz mais de 20 anos que tenho uma frequência na cidade, por conta de amigos. Gosto de futebol e um pouco das várzeas daqui me inspiraram no esporte”, conta. Police também analisa o município pelo viés de gestor. “Santo André é metrópole naquilo que é o seu centro, naquilo que é o contraste da pobreza e da riqueza e é interiorana, naquilo que são suas bordas e, para um agente público, há gigantescos desafios”, enfatiza.

 

Prioridades

Police revela que terá como missão ofertar soluções para o secretariado do governo de Paulo Serra. “Brinco que sou um garçom. Quem faz planejamento é ofertador de soluções para quem está na ponta. Diariamente, tenho que criar soluções para eles. Em especial, do ponto de vista do gerenciamento, reduzindo custos e ampliando o alcance das políticas públicas. Então, o gestor de qualidade, que faz planejamento, trabalha exatamente isso”, diz.

Os desafios para Santo André são inúmeros. Police os classifica como de curto, médio e longo prazo. “Em longo prazo, será o Santo André, 500 anos, com o desafio de organizar a cidade para os próximos 30 anos. No médio prazo, serão os próximos dez anos, com o nosso Plano Diretor, a lei de zoneamento, o quanto as funções da Sabesp vão produzir novos investimentos em saneamento, também há a habitabilidade. Há o desafio de fazer de Santo André uma cidade educadora, de elevar os indicadores de Educação. Já em relação à Saúde, poucas cidades com a dimensão de Santo André tiveram uma resposta, durante a pandemia, como a cidade teve. No curto prazo, o desafio é gigantesco, por parte das dívidas advindas de precatórios, que vamos solucionar, de maneira criativa”, explica.

Devido ao processo de desindustrialização que vem tomando conta do País, que já perdeu, nos últimos cinco anos, mais de 36,6 mil indústrias, Police é enfático: “Isso nos obriga a pensar em novas soluções para aquela antiga economia industrial que tanto revelou o ABC tanto para o Brasil, quanto para o mundo. Estamos acompanhando no Senado a aprovação da Lei das Startups. Queremos transformar Santo André em uma plataforma nacional e internacional, na proa do desenvolvimento sustentável.  A cidade já vem se notabilizando como prestadora de serviço. A questão é, não podemos nos confortar com aquilo que parece ser um novo endereço para a produção de riqueza”, afirma.

Para Police é preciso focar na capacidade intelectual dos profissionais da região. “Temos universidades e centros de pesquisas muito importantes no ABC. Temos que explorar essa questão da mão de obra intelectual de qualidade que temos. Daí, conseguiremos atrair um novo empregador, de maneira vigorosa. Isso é fundamental. A Educação é absolutamente fundamental para mostrarmos a diferença de uma população que se preparou para a mudança de uma que só esperou a mudança”, conclui.

 

Papel político

O novo superintendente também poderá contribuir para o futuro político do prefeito Paulo Serra (PSDB). Isso porque Police, além de ter sido vereador e presidente da Câmara de São Paulo, foi coordenador das campanhas ao governo do Estado de Mario Covas e Geraldo Alckmin. “Não fui chamado para desempenhar papel político. Gosto de deixar bem claro, mas, para quem faz política e é apaixonado por política, há como interpretar as coisas”, revelou. Police acredita que, na política, Paulo Serra será bem sucedido em voos mais altos. “Tenho como interpretar onde o Paulo está. Um prefeito reeleito, com 76% dos votos. Performou como pouquíssimos prefeitos em cidades complexas e com desafios como Santo André, mas ele só conseguirá ser mais se a população de Santo André quiser. O Paulo não pode ocupar um novo espaço, no meio do caminho, quando o governador (João Doria) já sinalizou a intenção de se candidatar a presidente? Pode, mas quem decide isso é o povo de Santo André. A população tem o desejo de ter um governador nascido e criado aqui? Se tem, há a opção de ter um. Pode ser em 2022? Improvável. Pode ser em 2026?”, afirmou. Na avaliação de Police, Santo André voltou a ter um prefeito líder. “Desde a morte de Celso Daniel, nenhum prefeito conseguiu assumir um papel de protagonista na liderança da cidade. Em 2017, Paulo Serra foi eleito, ainda, com certa desconfiança. A reeleição não deixou mais a desconfiança, então, Santo André poderá escolher. Quer ter um filho da terra, aqui criado, aqui educado, governador do Estado? Vai poder ter. Senador? Vai poder ter”, disse. 

 

Webinar 500 anos

Na quinta (21), a Prefeitura realizou o primeiro webinar do programa "Santo André 500 anos". No evento, organizado pela Unidade de Planejamento e Assuntos Estratégicos, que faz parte de uma série de encontros virtuais que vão debater o futuro da cidade. “O grande desafio é uma cidade sustentável que reduza as desigualdades. A forma com que temos de olhar a cidade que queremos quando completar 500 anos, uma cidade que respeita as condições ambientais e que garante a redução das desigualdades que ainda são gritantes. Para isso, iremos nos pautar em dois saberes: técnico-científico, aquele que vem da universidade, dos institutos de pesquisa e o outro leigo e popular que vem da nossa população. É o equilíbrio dessa relação que nos dará potencial para conquistarmos, de fato, essa cidade que nos dê orgulho”, enfatiza Police.

Última modificação em Sábado, 23 Janeiro 2021 13:39
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