O comércio online, que antes da pandemia tinha uma participação um pouco tímida nas vendas, cerca de 9,2% da receita, passou a 19,8% em julho do ano passado. Hoje, o e-commerce representa 21,2% das vendas. A digitalização aconteceu de maneira uniforme nas pequenas, médias e grandes empresas e as vendas passaram a ser feitas por aplicativos, site e também pelo Whatsapp. No caso dos restaurantes, Mauro Rosa Júnior, da Rosa’s Churrascaria, revela que já trabalhava com aplicativos de delivery, mas com a pandemia teve que fazer adaptações. “Ficamos, inicialmente, muito assustados. Depois veio a notícia de que mesmo fechados poderíamos trabalhar com o delivery. Por sorte já trabalhávamos com ifood. Outra saída foi começarmos a entregar nós mesmos os pedidos feitos por telefone. Sem falar da reforma que tivemos que fazer para atender este aumento de demanda”, afirma Júnior.

Segundo Sondagem do Comércio, feito pela Fundação Getúlio Vargas, 49,7% das empresas, quase a metade, não faziam nenhuma venda online antes da pandemia. Em julho de 2020, essa fatia tinha recuado para 28,4% e em junho deste ano estava em 20,2%. Com o avanço da vacinação, a reabertura da economia e o aumento da circulação das pessoas, a participação do comércio online pode perder um pouco a representatividade. O economista coordenador da pesquisa, Rodolpho Tobler, acredita que muitas mudanças vieram para ficar.

A facilidade do e-commerce atraiu novos consumidores de várias localidades do País. Mauro Júnior acredita que apesar de que as pessoas adquiriram o hábito de receber comida em casa, as pessoas sentem falta da vida social. “Acho que os números devem cair com o retorno da vida ‘normal’. Isto já está acontecendo aqui. Sentimos uma queda nas vendas online com o, ainda modesto, retorno do consumo presencial. Até porque é muito diferente. A comida aqui sai fresquinha e quentinha direto pra mesa. Isso nunca vai ter em casa”, revelou. Hoje, as vendas online representam 35% do faturamento da Rosa’s Churrascaria.