18 Apr 2024


Daniela Manique: “A partir de Sto.André, a Rhodia construiu uma trajetória de sucesso"

Publicado em Negócios
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A presidente da Rhodia Solvay América Latina, Daniela Manique, em entrevista exclusiva, afirmou que a Rhodia tem mantido sua produção em ritmo normal desde o início da pandemia, seguindo todos os protocolos. Além disso, revelou os avanços da empresa na economia circular, que valoriza o uso de recursos de fontes renováveis e o consumo consciente. Confira.

 

Folha do ABC - Rhodia possui 101 anos de atividades no Brasil. Como a empresa tem superado esse momento delicado de pandemia?

Daniela Manique - Temos trabalhado incessantemente nesse período. As indústrias químicas fazem parte das atividades que são essenciais para a sociedade, inclusive em períodos de pandemia como o que enfrentamos no momento. Fabricamos produtos para diversos segmentos, tais como limpeza e higiene, têxteis, embalagens, tintas e medicamentos, entre tantos outros. E vários dos nossos produtos são aplicados na fabricação de outros produtos destinados diretamente ao combate da propagação do novo coronavírus. Como atua em setor essencial da economia, a Rhodia tem mantido sua produção em ritmo normal desde o início da pandemia, lembrando que desenvolvemos nossas atividades com o máximo de segurança para os colaboradores, seguindo todos os protocolos de segurança e de saúde das pessoas.

 

Folha - A Rhodia desenvolveu no Brasil o fio têxtil de poliamida - Amni Virus-Bac OFF - contra a ação de vírus e bactérias. Atualmente, quanto re-presenta a produção deste material?

Daniela - O Amni Vírus-Bac OFF sem dúvidas é uma grande contribuição da Rhodia, desenvolvida por pesquisadores brasileiros para auxiliar no bloqueio à propagação de vírus e bactérias. Ele faz parte do portfólio de fibras e fios têxteis funcionais da Rhodia, que representam atualmente em torno de 50% das vendas do nosso setor têxtil. Esse portfólio inclui outros fios têxteis chamados de inteligentes e sustentáveis, que agregam valor aos tecidos e malhas produzidos por nossos clientes.

 

Folha - Na fábrica de Santo André, que produz fios e fibras têxteis funcionais e sustentáveis de poliamida, foi a pioneira no Brasil na adoção de processos de reuso de água. Poderia nos contar mais detalhes?

Daniela - Como um dos maiores players mundiais no setor de química e de materiais avançados, o Grupo Solvay, ao qual a Rhodia pertence desde 2011, tem um compromisso histórico com a sustentabilidade do planeta. Há muitas décadas nós trabalhamos no assunto. Para avançar em Sustentabilidade nas suas atividades, o Grupo Solvay lançou no início de 2020 um ambicioso e ousado programa chamado de Solvay One Planet - que contempla alcançar 10 metas principais até 2030.  As metas do Solvay One Planet estão divididas em três grandes eixos: Clima, Recursos e Vida Melhor. Os avanços nessas metas são avaliados e auditados externamente, seguindo as melhores práticas de avaliação.

A empresa também tem avançado em Economia Circular. Atualmente, cerca de 50% dos produtos desenvolvidos no Brasil já são projetados de acordo com os princípios da economia circular (eles contribuem com a recirculação na cadeia de valor), considerando-se os conceitos de circularidade: longevidade/durabilidade, desenvolvimento regenerativo, que evitam a geração de resíduos e aumentam a reciclagem.

Em Santo André, por exemplo, anual-mente são mais de 1.100 toneladas de materiais direcionadas a empresas que realizam que os transformam em uma série de produtos, poupando recursos naturais e gerando receita para a Rhodia. A lista inclui papel, papelão, plásticos, lâmpadas, madeiras, metais, refugo de nylon, isopor, óleo lubrificante, tambores, materiais ferrosos e tecnológicos. Dessa forma, papel e papelão que iriam para o lixo retornam ao mercado na forma de rolos de papelão ou toalhas de papel. Plásticos são utilizados na confecção de copos e embalagens. Madeira se transforma em biomassa. O óleo lubrificante é refinado novamente e pode ser novamente utilizado.

A nossa unidade de Santo André é palco ainda de outra iniciativa inovadora que ajuda a engajar os demais elos da cadeia têxtil nessa onde sustentável. As embalagens de papelão usadas para proteger e transportar as fibras e fios são neutras, sem impressão ou logotipo, o que possibilita que os clientes – as tecelagens e malharias – as reutilizem para embalar seus próprios produtos. No item reúso e recuperação de águas, a Rhodia no Brasil é também um exemplo: há muitos anos utiliza sistemas de circuito fechado para refrigeração de suas unidades industriais, em Santo André, utilizando água tratada em bacias de recuperação, deixando de adquirir e consumir água que pode ser utilizada pelo serviço público municipal para atender necessidades da cidade. A única água potável comprada pela Rhodia atende aos refeitórios e o pessoal administrativo da fábrica.

Também há avanços em termos de energia: em torno 13% do consumo de energia das unidades industriais da empresa são de renováveis, oriundas de várias fontes, tendo em vista que 83% da eletricidade brasileiras vêm de fontes renováveis.

 

Folha - Neste aniversário de 468 anos de Santo André, qual o presente que a empresa gostaria de dar ao município?

Daniela - Santo André sempre foi muito importante para a Rhodia, cuja origem era a França. A partir de Santo André, a empresa construiu uma trajetória de sucesso empresarial e criou raízes profundas com a sociedade brasileira, contribuindo para o crescimento econômico e social do País. O melhor ‘presente’ que poderíamos dar é o compromisso da empresa de realizar suas atividades sempre em busca de criar tecnologias, processos e produtos que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

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