A nova lei do cadastro positivo automático, que passou a vigorar na terça (9), cria um “currículo financeiro” dos consumidores, com o histórico sobre dívidas e pagamentos de contas, que poderão ser acessadas por bancos, instituições financeiras e empresas para avaliação de financiamentos e créditos.

Diferente do cadastro negativo, o cadastro positivo serve como um comprovante de bom pagador, assim os bancos e empresas, teoricamente, podem oferecer melhores condições a clientes com bom histórico de pagamento.

Antes, o consumidor precisava solicitar a inclusão do seu CPF no cadastro, com a nova lei essa inclusão será automática, porém é possível pedir a exclusão das informações gratuitamente.

O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, acredita que a medida pode valorizar os bons pagadores, mas ressalta que esse hábito deve existir de forma independente.

“A educação financeira mostra que o crédito não é e nunca será um vilão, mas sim uma maneira de realizar sonhos, portanto o planejamento financeiro em busca de mais sustentabilidade nas próprias finanças continua sendo essencial, com cadastro positivo ou não”.

Impactos

Economistas e gestoras de crédito acreditam que a nova medida, facilitando o acesso ao crédito, irá impactar na queda da inadimplência e também na redução das taxas de juros. Além disso, outro ponto levado em consideração seria o aumento da competição entre as instituições que oferecem crédito.

“Ainda é cedo para afirmar se a nova medida irá realmente reduzir as atuais taxas de inadimplência recorde, mas a orientação é que sempre se busque pagar as contas em dia, renegocie as dívidas, tenha os dados sempre atualizados, ou seja, acredito que a nova leu pode fazer com que os consumidores prestem maior atenção ao próprio score e passem a mudar os hábitos em relação a esse tema”, afirma Domingos.