23 Apr 2024


O não do ABC para a volta às aulas

Publicado em Editorial
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A volta às aulas presenciais, novamente, foi adiada pelos prefeitos do ABC, em assembleia geral do Consórcio Intermunicipal do ABC, para o dia 18 de fevereiro na rede privada e 1º de março na pública, apesar do governador João Doria ter determinado o retorno presencial às escolas, a partir de 1º de fevereiro, na rede pública estadual, para os 645 municípios do Estado. Poderão voltar às atividades escolas em todas as fases do Plano SP, obedecendo aos critérios de segurança, estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus.
Porém, mais uma vez, os prefeitos da região relutam em reabrir as escolas e privilegiam o funcionamento de bares, boates e shoppings. Como justificativa, afirmam que haveria alto risco de contaminação para professores, pais e alunos, mesmo com o uso de máscaras, com os protocolos de segurança, etc. No entanto, mesmo receio não acontece em relação aos bares e boates.
Em todo o ABC é feito vista grossa para aglomerações em bares. Diariamente, é possível flagrar dezenas de jovens e adultos em bares, com copos nas mãos, aglomerados, sem máscaras, e ainda, nas principais ruas que abrigam o maior número de estabelecimentos deste setor, como a Rua Figueiras, em Santo André, a Av. Kennedy, em São Bernardo e a Av. Goiás, em São Caetano. Circulando de carro por essas vias, o flagra é garantido, para qualquer estabelecimento, basta o farol fechar e olhar pela janela do veículo.
No que se refere à contaminação pelo novo coronavírus nesses estabelecimentos, as evidências dizem que os riscos são maiores, pelo tempo de exposição sem máscara, pelo contato e proximidade com outras pessoas e, ainda, pelo simples fato da ingestão de bebida alcoólica. Afinal, o álcool tem ação direta no sistema límbico, do sistema nervoso central e age como um depressor das funções cerebrais, diminuindo o centro da crítica da pessoa, que fica mais expansiva e, portanto, mais sujeita a esquecer de colocar a máscara para ir ao banheiro, ou evitar que, após tocar boca, nariz e olhos, não toque em outras pessoas ou superfícies do local.
Já em relação às escolas, no que se referem a riscos de contaminação, as evidências dizem que as escolas vêm funcionando com diferentes graus de normalidade em número bastante significativo de países, em vários deles as creches nunca fecharam e são relativamente poucos os casos de contaminação e pouquíssimos entre crianças pequenas. Com as escolas fechadas, ainda que os alunos estejam estudando virtualmente, há enorme prejuízo à aprendizagem. No mínimo, é esperado um atraso em relação ao que os alunos da mesma série sabiam em anos anteriores, principalmente no caso dos grupos mais desfavorecidos. As perdas deverão ser desastrosas. Maiores, ainda, com o risco de deserção escolar.
No entanto, nada disso parece, de fato, gerar expressiva preocupação por parte dos prefeitos locais. A principal deliberação sobre a volta às aulas considera o início da vacinação contra a Covid-19. Já foi dito, durante reunião do Consórcio, que o ABC está totalmente preparado para receber as doses e iniciar a aplicação da vacina. Preparo é, realmente, o mais importante, para que as cenas de brigas, revolta nas filas quilométricas, além da falta de doses, não se repitam, como aconteceu pelas UBSs do ABC, anos atrás, durante a vacinação contra a febre amarela.
Dessa forma, esperar pela vacinação, com risco de adiar ainda mais, por conta de possíveis atrasos para o início, demonstra que o retorno às aulas presenciais não está entre as prioridades dos prefeitos do ABC. Não deveria haver receio. Os protocolos são conhecidos. No País e no mundo há várias experiências de escolas que já vêm funcionando. Não há mistério. É pegar e fazer, ou, largar e adiar.

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