20 Apr 2024


A indústria automobilística no ABC

Publicado em Editorial
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A indústria automobilística já foi a mola propulsora do desenvolvimento econômico do ABC. Agora, tem sofrido com a desindustrialização, ameaças de encerramento das operações, cortes de investimentos e até demissões de funcionários. Além do grande desafio imposto pela economia, as grandes montadoras enfrentam o impasse dos avanços tecnológicos e automatização da produção. Apesar disso, busca fôlego em incentivos e benefícios fiscais oferecidos em ações conjuntas entre os governos municipais da região com o Estado, para melhorar essa realidade.
Em janeiro, a GM ameaçou fechar sua fábrica em São Caetano, com 8,5 mil postos de trabalho. Após quase dois meses de negociações, a montadora decidiu continuar no município, pois obteve o benefício do Programa IncentivAuto, do Estado, que concederá descontos de até 25% do ICMS aos produtos fabricados em São Paulo. O mesmo não aconteceu com a Ford, que surpreendeu a todos com o anúncio de encerramento das atividades na unidade industrial de São Bernardo, onde produzia caminhões, abrindo mão de considerável participação no mercado nacional de caminhões, ou seja, 20%.
A indústria automotiva passou a atuar no Brasil de forma direta a partir da década de 1950. O primeiro automóvel no Brasil foi um Peugeot, modelo francês importado de navio até a cidade de Santos, pelo jovem de 18 anos chamado Alberto Santos Dumont, em 1894. A primeira empresa a estabelecer um escritório no país foi a Ford, em 1919. Em 1925 seria a vez da General Motors. Na década de 1920 surge a primeira rodovia asfaltada, a Rio-Petrópolis, inaugurada pelo presidente Washington Luís. Pouco tempo depois aconteceu o nascimento da indústria automotiva durante o governo de Getúlio Vargas, e foi, com Juscelino Kubitschek, que houve um verdadeiro “boom” em todo o País.
Em 1959 foi a vez da Volkswagen, instalar sua filial em São Bernardo, e montar os primeiros Fuscas e Kombis nacionais. No fim dos anos 60 e início dos 70, quatro empresas se consolidaram como as principais fabricantes do país, dominando quase todo o mercado: Volkswagen, GM, Ford e Fiat.
Atualmente, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 455,3 mil veículos foram produzidos no Brasil, apenas no primeiro bimestre deste ano, o que representa elevação de 5,3% frente aos 432,2 mil fabricados no mesmo período do ano passado. O resultado mensal apontou para crescimento de 29,9%: foram 257,2 mil unidades em fevereiro e 198,1 mil em janeiro. No comparativo com fevereiro de 2018 quando 213,5 mil unidades saíram das linhas de montagem, a alta é de 20,5%.
Deste total, somente em São Bernardo, a Volkswagen, Scania e Mercedes-Benz anunciaram novos investimentos nas plantas industriais do município, totalizando cerca de R$ 6 bilhões.
Na última semana, foi realizado o 1º Congresso Latino-Americano da Indústria Automotiva, em São Bernardo, no qual estiveram reunidos os executivos das principais montadoras, para debater o futuro da indústria automotiva e a integração das empresas do setor para o aumento da competitividade.
O grande desafio das montadoras é aumentar a produção e gerar lucro, mantendo o equilíbrio entre avanço tecnológico, mão de obra qualificada, e ainda, atender as exigências e tendências  dos novos padrões de consumo mundiais.

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