O reitor da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), professor doutor Leandro Prearo, em entrevista exclusiva à Folha, revelou que a instituição de ensino, que atualmente possui 11 mil alunos, irá completar 55 anos, neste próximo dia 1º de agosto, com uma série de eventos, que serão realizados no segundo semestre.

   “Faremos uma celebração aos 55 anos, no dia 1º de agosto, no buffet Samyr, com palestra do Dr. Clóvis de Barros Filho, e uma série de eventos. Primeiro, com todos os nossos professores e funcionários, que são cerca de mil e com mais convidados da rede pública municipal. Terá, também, uma sessão solene na Câmara Municipal, pelos 55 anos, no dia 3 de agosto”, revela. Na ocasião, Leandro receberá o título de cidadão sulsancaetanense.

   Prearo assumiu o comando da USCS em junho de 2020, mas antes já exercia cargo de reitor, como interino, após o professor Marcos Bassi renunciar à função. O começo da administração do professor foi um desafio, pois estava em plena pandemia de Covid-19. “Assumimos a reitoria num período muito complicado, que foi no início da pandemia. Em junho de 2020, já era vice-reitor de graduação, mas o (Marcos) Bassi renunciou em junho e assumi a reitoria. Então, no meio da pandemia o primeiro grande desafio era fazer a universidade funcionar e funcionar era não perder alunos”, explica.

   O reitor conta que foi necessário antecipar a transição para o sistema online, que não havia na USCS. “Colocamos de pé todo o sistema online que não tinha. Fizemos tratativas com a Google e todos os alunos que passaram a ter aulas online em casa e os professores também. Foi uma reorganização da instituição. Coisa que a gente imaginava fazer em dez, quinze anos, a gente fez em alguns dias, nesse período. Então, foi o primeiro grande desafio”, diz.

   Segundo Leandro, a pandemia abriu portas para a universidade. “Começamos a trabalhar profundamente na pandemia. Fomos a primeira universidade brasileira e o primeiro município do Brasil, por exemplo, a fazer o inquérito epidemiológico. Sorteávamos as casas e fazíamos os exames, testes de Covid-19 nas casas das pessoas, para se ter uma real noção do número de infectados. Junto com a Prefeitura fizemos um grande programa chamado ‘Disque Covid’, então a Prefeitura fez parceria com a USCS, com a nossa faculdade de Medicina. Foi um programa importante, mas que está, inclusive agora, concorrendo a um prêmio internacional, tamanha efetividade”, destaca. Na pandemia, a universidade também trouxe a professora Ester Sabino, uma das maiores autoridades sobre o tema no País.

   O auxílio ao aluno também foi uma das prioridades na pandemia, de acordo com o reitor. “Fizemos vários programas de auxílio ao aluno para que ele ficasse na instituição, como descontos, o pagamento de uma parte da mensalidade depois de formado, pois muitos perderam o emprego durante a pandemia, etc”, explica.

   Passada a pandemia, a gestão de Prearo, focou na criação de novos cursos. “Acabamos criando muitos cursos nesse tempo do meu mandato. Criamos, mais ou menos, uns 15 cursos novos presenciais e de EaD (Educação a Distância) que éramos fracos, tínhamos apenas dois cursos. Fomos para 14. Então, aumentamos, exponencialmente, o número de cursos de ensino a distância”, afirma.

   Além disso, Leandro revela que foi criado o Hospital Veterinário, o Centro de Pesquisa Clínica, que testou e está testando três vacinas: a CoronaVac, a Jansen e a Butanvac. “Isso acabou fazendo com que a indústria farmacêutica nos procurasse e estamos testando um monte de remédios, como para Covid, HIV, tuberculose, enfim, vários”, destaca. Também foi criado o cursinho universitário. “Inauguramos, recentemente, o cursinho gratuito, social. Inauguramos o primeiro campus da USCS no interior, na cidade de Itapetininga, em 2022”, conta.

   O reitor não esconde o orgulho da universidade estar sediada em São Caetano. “Temos orgulho de estar em São Caetano. É uma cidade que está em primeiro lugar em quase todos os rankings e ao mesmo tempo é uma cidade com ar de interior em que as pessoas se conhecem, que as pessoas têm orgulho de morar e que elas levam o nome de São Caetano para onde vão. É uma cidade diferente no Estado, que nos orgulha muito”, enfatiza.