Assim, uma enorme cratera no meio da fábrica mostra que o trabalho está acelerado e que as mudanças são profundas para abrigar as novas linhas. Tudo isso porque a GM transferiu para São Caetano dois projetos destinados à fábrica de São José dos Campos, com investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão para produção dos carros sedã Cobalt e Spin, monovolume, lançados nos últimos meses e também a contratação de 1,5 mil funcionários para o terceiro turno de madrugada. O problema em São José dos Campos foi o desentendimento com o Sindicato dos Metalúrgicos local para implantação de flexibilidade no relacionamento de trabalho num período de crise, não aceita pelos metalúrgicos. A solução foi promover o retorno a São Caetano. É bom lembrar que, em anos atrás, o processo foi no sentido inverso, isto é, as linhas de montagem foram transferidas para São José dos Campos.
Desse jeito, a solução para ganhar espaço em São Caetano foram os puxadinhos. Quem comanda a mudança é José Eugênio Pinheiro, vice-presidente de Manufatura da GM América do Sul, que faz o milagre de ampliar espaço para linha de montagem com robôs e prensa, sem dispor de área física extra. As obras foram realizadas sem paralisar a produção dos modelos e no final irá ampliar a produção de 210 mil veículos para 270 mil ao ano. O comando da linha de montagem será de Sonia Campos, engenheira de 56 anos, que irá dirigir 6,5 mil funcionários da área produtiva na fábrica de São Caetano. Somado ao pessoal da administração, São Caetano tem 12 mil funcionários.